Quando fiz 30 anos
Fiz 30 anos há uns meses. Custou-me.
Pesou-me, sobretudo, antes dos fazer, porque com o aproximar do meu mês, (setembro), fui-me consciencializando que estava para acontecer. Era inevitável. Não podia mudá-lo, só aceitá-lo.
Não pensem que sou obcecada com a idade, que vivo a pensar em rugas ou que sou infeliz por estar a envelhecer, nada disso. Mas se vos dissesse que fazer 30 anos foi igual a fazer 28 estaria a mentir.
Não me posso queixar, cheguei aos 30 com trabalho, ainda que não tenha a certeza se é o que quero fazer para sempre, com casa, com sonhos realizados e outros por realizar e, ainda, com o meu príncipe encantado ao meu lado. Se é bom? Não, é ótimo.
Então porque me custou? Creio que tenha a ver com o facto de ser uma idade em que julgamos que tudo deverá estar já definido. Ao chegar aos 30 acreditamos que teríamos de ter certezas e eu não as tenho. Tenho algumas, mas não em relação a tudo. Dirão vocês: "C.S., a vida é incerta, não podes desejar ter certezas.". Eu sei que sim, acreditem que tenho plena consciência de como tudo pode mudar de um minuto para o outro.
No entanto, é inevitável que sinta que aos 30 anos deveria ser uma adulta responsável, com ar de quem sabe tudo, não sendo arrogante (odeio pessoas arrogantes), sem medos e com opiniões consolidadas sobre tudo. Não sou. Talvez este perfil fosse o que eu pretendia ter aos 30, quando pensava neste assunto aos 20.
Hoje digo-vos que sou uma adulta, sim, de 30 anos, com uma profissão extremamente exigente, mas que sente tantas vezes que ainda é a mesma miúda, com as mesmas dúvidas que tinha aos 18.
Hoje, apesar de responsável, (característica que cedo evidenciei), às vezes apetece-me fugir e mandar tudo às urtigas.
A adulta que sou hoje ainda está a descobrir uma série de coisas, tenho muitos sonhos, não me preocupo muito com a opinião dos outros, mas ainda não consigo dar respostas certas, na hora certa. Digamos que ainda engulo mais sapos do que deveria. Ainda não descobri se acredito em Deus. Tenho sede de mundo e saudades da família. Adoro o meu espaço e o local em que vivo. Tenho mais medos. Às vezes doi-me o mundo. Sou mais consciente e dou mais vezes a minha opinião.
Já aceitei os 30. Sinto-me bem, apesar de me querer sentir ainda melhor. Não tenho rugas, mas tenho dois cabelos brancos.
Os 20's foram incríveis, mas os 30's serão memoráveis. Eu vou fazer por isso.
(imagem aqui)
P.S. - Quem acompanha o meu blog achava que era esta a idade que eu tinha? Só uma curiosidade.