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há mar em mim

22
Mar17

Jeroen, o mesquinho

C.S.

Jeroen Dijsselbloem é este o nome que hoje mais se deve ter teclado por aí. Eu diria que não é para menos.

Há uns dias disse-vos aqui que odeio generalizações e é bem verdade. Generalizar não faz qualquer sentido, mesmo que estejamos a falar de um grupo minoritário, agora imaginem fazer uma generalização que ofende de uma assentada, não um, não dois, não três, mas quatro países. QUATRO! Estava inspirado o senhor Jeroen. Conseguiu que todos os países do sul da Europa (e não só) o odiassem.

Pode ter sido algo momentâneo, algo que se desabafa, mas ainda assim pergunto-me se este senhor acha mesmo que em Portugal, Espanha, Itália e Grécia apenas se bebe vinho e come mulheres. Acrescente-se ainda, como se a afirmação não fosse suficientemente má, que ela subentende um papel secundário para as mulheres, colocando-as em pé de igualdade com um objeto inanimado que apenas serve para ser adquirido por um bando se selvagens incapazes de controlar os seus desejos.

Não consigo deixar de imaginar este sujeitinho a chegar a casa, depois da sua bela entrevista, e a pousar as suas chaves numa mesa qualquer ao lado de uma moldura que contém variadíssimas fotos das suas férias em família. Fotos que apresentam a família Dijsselbloeem sorridente e contente em terras do submundo tal como o são as localidades de Santorini, Florença, Barcelona e Lisboa... Joroen olha a moldura com desdém e pensa: "Bem vos disse que um dia iriam pagar caro por terem ficado com todo o sol da Europa, hoje foi esse dia".

Mas talvez ele amanhã já não pense assim. Talvez ele seja afastado do cargo que tem e se veja impedido de viajar para todos os países que têm temperaturas médias acima dos 22ºC. Quem sabe...

Enquanto aguardamos os próximos capítulos, façamos um brinde em memória da honra morta deste senhor.

 

 

 

22
Mar17

Hoje ri muito e o motivo foi este

C.S.

Todos os dias de manhã, a minha companhia no carro é O programa das manhãs, da Rádio Comercial, sobretudo porque é lá que estão Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira, para mim, dois dos melhores humoristas portugueses. 

Cada um no seu estilo abrilhantam aquele programa e tornam o tempo que passo no carro um pouco mais animado, (sim, que isto de manhã e depois de sair da cama às 06:15h não é fácil...).

E hoje, na rubrica de Nuno Markl, O Homem que mordeu o cão, (que normalmente não ouço, porque já estou a trabalhar, mas que hoje ouvi porque me atrasei...), eu ri, ri muito...ri ao ponto de dar por mim a bater no volante completamente extasiada com a peculiaridade de tal história, que Nuno Markl já havia avisado que poderia ser uma das melhores...

Ora ouçam e digam-me se também não vão rir a bom rir... 

 

 

22
Mar17

A Natália

C.S.

A Natália herdou o nome da avó e os olhos verdes do pai, mas a teimosia que lhe é característica é só sua, ninguém lha passou. A mãe é a mulher mais pacífica que possam imaginar e é muito rápida a concordar com tudo para terminar qualquer atrito latente.

A Natália não é filha única, tem um irmãozinho mais novo, muito mais novo, para o qual ela raramente tem tempo ou paciência. Em casa fecha-se no seu quarto, de onde só sai para jantar, mas na escola gosta de passear-se, mostrar-se, ver e ser vista.

Tem dezasseis anos e pensa que já sabe tudo. Perdeu a virgindade aos catorze, mais tarde que a maioria das suas amigas, mas essa tarde de março não foi nada como aquilo que havia imaginado, muito menos aquilo que o rapazinho que a acompanhou na aventura lhe tinha prometido.

Ela tem sede de viver tudo intensamente, mas não tem objetivos para o futuro a médio prazo. Preocupa-se unicamente com o dia de amanhã e, sobretudo, com a roupa que envergará para mais um dia de desfile.

Não imagina que a mãe lhe admira as certezas que aparenta ou que o pai teme o dia em que ela tenha de sair de casa. Na verdade a Natália preocupa-se muito pouco com eles, não que não os ame, mas ela sabe que quando voltar a casa eles estão lá, estarão sempre lá para ela e isso basta-lhe.

Do alto dos seus dezasseis anos a Natália acha que não tem de agradar a mais ninguém para além do seu exclusivo grupo de amigos. É uma aluna mediana e isso vai fazendo com que não a chateiem, nem em casa, nem na escola. A prof. de Português já lhe tirou a pinta, sabe que ela poderia ser muito mais do que quer, mas a Natália contenta-se com batons e beijos furtivos e, às vezes, um ou outro cigarrinho atrás do pavilhão, onde gosta de se insinuar ao rapaz que descarrega sumos para o supermercado que fica em frente à sua escola.

A Natália que pensa em tornar-se famosa e rica através de um qualquer programa de tv não sabe a volta que o futuro lhe reserva e, quem sabe, talvez se ela tivesse a possibilidade de escolher faria tudo da mesma forma.

 

(Imagem aqui)

 

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