Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

há mar em mim

06
Jun17

E a reposta certa é...

C.S.

 

 

Sim, é verdade. Há sete anos que sou professora. Com tudo aquilo que de bom e de mau implica. Sou professora do ensino público. Ensino língua espanhola a alunos do ensino básico e secundário. 

Todos os anos no final de agosto vivo a experiência de não saber se posso trabalhar mais um ano ou não. E se trabalhar onde é que irei ficar.

Este ano faço diariamente 110km para dar aulas e aquilo que recebo no fim do mês esvai-se, uma boa parte, em gasóleo e portagens. 

 

A parte boa é que existem miúdos que realmente querem aprender e outros que o querem mesmo sem que o  saibam. A parte má é que já fui desrespeitada e ofendida por gente que ainda nem 16 anos tem. 

 

Como vos disse, esta profissão tem coisas de que gosto muito (o sentir que posso passar algum conhecimento para alguém, a parte humana que esta profissão implica, a parte enriquecedora de conviver com tantas história distintas...), mas às vezes não sei se isto será para sempre ou, pelo menos, se será para mais um ano. 

Ora por mim, ora porque o Ministério da Educação acha que sou descartável. 

 

06
Jun17

Vou-vos dar um pouco mais de mim

C.S.

Este blog fará esta semana 5 meses. Parece-me muito, mas ao mesmo tempo tão pouco.

Os números valem o que valem, até porque a mim sempre foram as palavras que me cativaram. Contudo, 21542 visualizações e quase 3000 comentários depois apetece-me contar-vos algo que desde o início não sabia bem se o queria fazer ou não.

Prende-se com a minha profissão. Aquela que escolhi e na qual tenho trabalhado (por sorte!) desde que me licenciei. Aquela que me faz vivenciar sentimentos completamente contraditórios. Aquela que me faz sair da cama, mas que também me dá, tantas vezes, vontade de atirar com a toalha ao chão.

Digo-vos que acho que é uma das profissões mais incompreendidas atualmente em Portugal, (pelo menos é o que eu sinto), e uma das que a opinião pública mais gosta de julgar.

É uma profissão à qual ninguém se pode entregar apenas pela metade, exige diariamente que estejamos a 100% e se não estivermos temos de fazer para estar.

Também considero que é uma das profissões em que mais somos julgados por ser jovens e, estando nessa condição, temos sempre algo a provar e a garantia de olhares constantemente desconfiados.

Faço o que faço há 7 anos. Não é muito, mas também não é pouco. Já bati muitas vezes com a cabeça, já aprendi a defender mais os meus direitos e a fazer-me ouvir. Construi uma carapaça sobre tantos aspetos e ainda tenho tantos degraus por subir...

No Há mar em mim já vos confessei que gostava de mudar de rumo e, no entanto, não sei bem se o conseguiria fazer. Às vezes ambiciono a mais do que aquilo que sei que posso. É mau? É bom? É o que é...

 

Nunca fui daquelas meninas que sempre soube o que queria fazer, mas no primeiro dia em que trabalhei na minha área senti-me feliz e realizada. Hoje já não vivo com o entusiasmo dos primeiros tempos. Claro, todos os amores evoluem para algo diferente, depois da fase da paixão desenfreada.

Hoje estou mais consciente das virtudes e defeitos da minha profissão. E atualmente encontro-lhe mais defeitos, devo confessar.

 

(Neste momento adorava saber se alguém já saberá aquilo que eu faço...)

 

Falta-me explicar-vos o porquê de não estar segura de querer ou não revelar-vos esta parte da minha vida. Quando criei o blog estava num momento em que me sentia mal comigo própria e este mal-estar foi causado, totalmente, por questões profissionais, pois a minha vida pessoal, felizmente, estava e está de vento em popa.

Não sabia se iria abordar aqui algo relacionado com o meu âmbito profissional. Mas sobretudo não sabia se vocês quereriam voltar aqui ou ler-me da mesma forma se soubessem o que faço. É um absurdo, eu sei. Dirão alguns que estou a hiperbolizar, mas acreditem que foi o que genuinamente pensei.

Então porquê dar este passo?

Digamos que este blog se está realmente a tornar uma extensão de mim, uma espécie de diário, e ignorar aquilo que ocupa 12 horas do meu dia parece-me que não faz qualquer sentido. Assim, hoje de tarde dir-vos-ei o que faço. Até lá podem, se se quiserem dar a esse trabalho, fazer as vossas apostas nos comentários.

 

 (Imagem aqui)

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Direitos de Autor

Todos os textos contidos neste blog, regra geral, são da minha autoria e, caso não sejam, serão devidamente identificados. Qualquer reprodução de um texto aqui publicado só poderá ser feita mediante a minha autorização. Para qualquer contacto ou esclarecimento adicional: hamaremmim@gmail.com Obrigada

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D