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há mar em mim

12
Nov18

"A lei hoje permite..." ou coisas estúpidas que ouço logo pela manhã

C.S.

Sou benfiquista. Já liguei muito ao futebol, mas hoje não sei praticamente nada do que se passa. E não, não é por o Benfica andar a perder uns jogos. Não é de agora que me desliguei desta realidade que movimenta milhões de pessoas. 

Faz mais de 10 anos que a minha paixão pelo futebol foi esmorecendo. Deixei de acompanhar aos poucos e hoje pouco ou nada sei. 

E o que sei é isto:

- Sei quando o Benfica é campeão e sei que o ano passado não o conseguiu ser.

- Sei que o Portimonense está na 1ª liga.

- Sei que o Sporting há uma data de anos que não ganha um campeonato.

- Sei que o Porto foi campeão o ano passado.

- Sei que o Sporting teve um presidente fanático. Obcecado com o Benfica e que quase afundou o Sporting. E sei que este presidente é suspeito de engendrar e/ou colaborar com um plano de violência gratuita que visou os jogadores do Sporting e o seu treinador. 

- Sei que o futebol movimenta paixões, na mesma medida que movimenta milhões e milhões de euros.

- Sei que se dá demasiada importância a este desporto. 

E hoje, quando ia no carro, a caminho do meu local de trabalho ouço que Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting, foi detido e, em seguida, ouvem-se declarações do seu advogado: 

A lei hoje permite detenções à noite, o que não era sequer possível no Salazarismo. E permite, portanto, estes abusos extraordinários de pretensas diligências, que são objetivamente atuações infamantes, aviltantes e vexatórias. 

 

(ver a partir do segundo 29)

 

Ora, porque estou eu aqui com este palavreado todo? Porque estas declarações não me saíram da cabeça todo o dia. Incomoda-me que o Sr. Advogado ache que não podem ser feitas detenções à noite e tenha invocado o regime ditatorial como exemplo de defesa desta sua ideia. 

Os crimes podem ser praticados à noite, mas as detenções não? 

O suspeito estava a celebrar o S. Martinho e por isso deveriam ter-lhe ligado a questionar quando lhe dava mais jeito a detenção?

Deverá a GNR e a PSP fechar os postos durante a noite, uma vez que os hipotéticos criminosos não devem ser incomodados entre as 18h e as 7h? 

Estou cansada do futebol e dos disparates que associados a ele surgem, mas sobretudo estou farta de que neste país ganhe destaque, que é como quem diz cargos com poder, gente sem princípios e com valores e ideais duvidosos.

Por isso, sim, eu fico mais descansada se continuarem a fazer detenções à noite, ao pequeno-almoço, na Páscoa ou Noite de Consoada...

O que não queremos é que continue a haver impunidade para gente que tem dinheiro para a pagar. Que haja justiça! Que sejam detidos, bem julgados e que se cumpram as penas, caso sejam confirmados como culpados. 

12
Nov18

É o tempo que nos faz

C.S.

O tempo é, para mim, um dos grandes mistérios do universo. 

Não é palpável. Muitas vezes não o sentimos e, no entanto, se olharmos com atenção conseguimos vê-lo.

Este fim-de-semana que passou vi O Tempo.

Vi-O.

Vi-o claramente. 

Pude observar a forma como ele passa por nós. Impiedoso. Acutilante. 

Vi-o nas rugas da minha mãe. 

Estava nos cabelos brancos do meu pai.

Transformou a minha irmã. Já não é a menina de quem tenho de cuidar. É agora outra coisa. Quase adulta, acho. Feliz, espero. 

Estava em casa dos meus sogros. Quase disfarçado. Mergulhando tudo numa espécie de decadência. 

Mostrou-se evidente nos meus primos... Nos de 5, 11, 21 e 40 anos. 

E quando o vi na minha sobrinha quase lhe implorei que andasse devagarinho. Que a deixe ser menina, inocente e feliz sempre. 

Muitas vezes não sei o que o tempo fez comigo. 

Sei que me moldou. 

Porque não para. 

Não volta.

Não se arrepende. 

O tempo que nos trespassa e repassa.

E corre. A um ritmo perfeito e só seu, que ninguém consegue acompanhar. 

O tempo que se ri de nós. 

Ano, após ano, na sua eternidade. 

Ri. Brinca. Faz o que quer. 

Deixa-nos viver.

Mas de vez em quando exibe-se.

Olha-nos nos olhos, só para nos lembrar que anda por aqui. 

Lembra-nos que, ao contrário de nós, é imortal. 

Que nós não temos tempo a perder.

(Imagem aqui)

 

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