25 de abril todos os dias
Tenho 30 anos. Tenho a sorte de ser mais jovem que o 25 de abril de 1974. E digo que tenho sorte por nunca ter habitado um tempo onde a minha liberdade dependia de terceiros.
Sou grata a quem teve a coragem de enfrentar o que estava imposto, a quem se insurgiu, a quem não baixou os braços, a quem não se acomodou.
Eu, que odeio que me tentem impor seja o que for, sou grata por viver num país que ultrapassou as suas amarras.
Portugal está longe, muito longe, de ser uma país ideal, mas também está a anos luz do pior que este nosso mundo conhece.
Hoje, dia 25 de abril de 2017, estou feliz por poder escrever livremente, pensar o que quiser e dizer aquilo que me apetece.
Vivo num país onde parece que as pessoas mais integras fogem a sete pés da política, onde parece que quem mais nos envergonha é quem nos representa, contudo, temos liberdade para poder dizê-lo abertamente.
Temos orgulho do nosso país, mas também somos os primeiros a conseguir apontar os seus defeitos e, por isso mesmo, estamos conscientes do quanto nos falta evoluir.
A liberdade que foi conquistada em 1974 necessita de ser trabalhada por cada um de nós, diariamente, porque neste nosso país ainda existe trabalho precário, um salário mínimo que mais parece uma anedota, desigualdades entre homens e mulheres, um fosso gigante entre classes, falta de médicos, a educação é o parente pobre, a burocracia é a atual força que dita os nossos comportamentos, entre tantas outras coisas que estão mal.
Mas, caramba, Portugal evoluiu tanto! E essa evolução começou a 25 de abril de 1974. Não se esqueçam.
(Imagem aqui)