Segunda-feira é um bom dia para falar de...
...dieta! Ou melhor...novo estilo de vida.
Vamos ao início da questão. Se eu tenho peso para perder? Tenho. Tenho bastante.
Desde que tenho memória que eu sempre tive peso a mais. Na escola sempre fui a gordinha da turma. Se fui alvo de gozo por isso? Mais ou menos.
Acontece que eu, apesar de ter peso a mais, fui brindada com boas proporções, ou seja, o meu peso sempre se distribuiu pelo meu corpo de forma harmoniosa, sempre tive a cintura bem marcada, por exemplo, que é uma mais valia. Sou aquilo a que as pessoas gostam de chamar uma "gorda gira". Já ouvi expressões como: "mas o peso a ti fica-te tão bem". É verdade, acreditem, já me disseram mesmo isto.
Prova de que apesar de tudo não me posso queixar.
Se sofri muito por causa desta questão? Mais ou menos. Umas vezes mais... Mas de um modo geral, posso dizer que sempre lidei bem com a questão, com alguns preconceitos, claro, mas aprendi a aceitar o meu corpo.
Um dia um colega de turma, no 7.º ou 8.º ano, disse-me: "Tu és tão bonita. Se fosses magra eras a miúda mais gira da escola.". Acho que fiquei sem resposta. Ou se respondi alguma coisa apaguei da memória. Mas nunca esqueci aquela afirmação. Relembrei-a ao longo do tempo e em ocasiões diversas.
Os momentos mais duros eram sempre na hora de comprar roupa, claro. Quem é que não gosta de andar gira? Qual é a miúda que não gostava de poder usar uma saia mais curta ou uns calções?
Também na adolescência tomei consciência, sem saber bem que o estava a fazer, que cada um de nós é um caso único no que toca a questões de peso. Isto porque tive uma colega de turma que era o oposto de mim. A rapariga comia ao pequeno-almoço uma sandes mista e um galão e no intervalo seguinte já estava a comer duas empadas ou um Bolicao. E não engordava uma grama. Foi aí que eu percebi que os nossos corpos deveriam viver em ritmos diferentes. Era o chamado metabolismo.
Se tentei emagrecer? Tentei...
A primeira vez que o tentei a sério tinha 17 anos, deixei de comer muita coisa, fui para um ginásio e vi resultados, mas nunca cheguei ao peso que queria. Não aguentei a restrição que me impus e recuperei o peso perdido e mais algum.
Fui tentando aqui e ali. Mas sempre foi muito difícil. E em minha casa sempre se comeu (bastante!) bem.
Uma vez ou duas tentei provocar o vómito (a sério, não estou a brincar...), mas não consegui, simplesmente não era coisa para mim. Só consegui uma dor de garganta e ainda bem que assim foi. Se tivesse conseguido não sei onde aquilo poderia ter chegado...
Aos 24 anos decidi que tinha de fazer nova tentativa, procurei uma nutricionista e consegui perder uns 12kg. Sentia-me super bem, com energia e cada vez mais confiante. Mas quis o destino, a sorte, o azar...o que lhe quiserem chamar, que eu tivesse um acidente de carro, do qual resultou uma lesão que, não sendo grave, me impossibilitou de frequentar o ginásio mais de um mês. E eu desanimei.
E depois disso tantas outras coisas se deram nessa altura...mudança do Alentejo para o Algarve, viver sozinha, aulas diurnas e noturnas...e quando dei por mim tinha muito mais peso do que quando iniciei a dieta.
Voltei a tentar algumas vezes...mas desisti sempre rapidamente. Resignei-me. De certa forma, acho que foi o que aconteceu.
Imaginem o que é no primeiro dia em que vão dar aulas, enquanto se dirigem para a sala ouvirem: "qual foi a prof que me calhou? Oh...a gorda.". Ou sentirem que, por melhores que sejam as vossas análises, por mais mais tempo que aguentem sem cair em tentação, quando comem um pastel de nata no bar da escola têm todos os olhos cravados em vocês. Enfim... Não é dramático, longe disso, mas também não é agradável.
No início deste ano (2017) um médico falou-me da dieta Pronokal. Investiguei, entusiasmei-me com os resultados e quando fui saber o preço tudo caiu por terra. O raio da dieta custar-me-ia uns 4000€, completamente fora de questão para o meu bolso.
E eis que descubro a dieta Paleo. A primeira vez que ouvi falar dela disse: "impossível, não consigo, pois tenho de deixar de comer pão, que é o que eu mais adoro na nossa cultura gastronómica". Passaram-se uns meses e eu fui lendo aqui e aqui e também no Quiosque da Joana (ela tem por lá várias receitas e aborda o conceito). Até que ganhei coragem e decidi atirar-me de cabeça.
Cortei os hidratos de carbono e o açúcar de um dia para o outro. E há duas semanas que não lhes toco. Comecei a caminhar, com o intuito de conseguir começar a iniciar-me na corrida.
E é isto. O Paleo faz sentido, porque efetivamente sinto muito menos fome, parece que o corpo me diz agora muito mais aquilo que precisa e que não precisa.
Vou tentando...apesar de já ter percebido que o meu corpo não está a responder, em termos de resultados visíveis (perda de volume e/ou peso), tão rápido como acontece com outras pessoas, que nos primeiros dias conseguem logo perder alguns (até muitos) kilos.
Devagarinho... Vamos lá ver onde consigo chegar. Vou-vos contando.
(Imagem aqui)
Beijocas e boa semana!