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há mar em mim

04
Set17

Segunda-feira é um bom dia para falar de...

C.S.

...dieta! Ou melhor...novo estilo de vida.

 

Vamos ao início da questão. Se eu tenho peso para perder? Tenho. Tenho bastante.

Desde que tenho memória que eu sempre tive peso a mais. Na escola sempre fui a gordinha da turma. Se fui alvo de gozo por isso? Mais ou menos.

Acontece que eu, apesar de ter peso a mais, fui brindada com boas proporções, ou seja, o meu peso sempre se distribuiu pelo meu corpo de forma harmoniosa, sempre tive a cintura bem marcada, por exemplo, que é uma mais valia. Sou aquilo a que as pessoas gostam de chamar uma "gorda gira". Já ouvi expressões como: "mas o peso a ti fica-te tão bem". É verdade, acreditem, já me disseram mesmo isto.

Prova de que apesar de tudo não me posso queixar.

 

Se sofri muito por causa desta questão? Mais ou menos. Umas vezes mais... Mas de um modo geral, posso dizer que sempre lidei bem com a questão, com alguns preconceitos, claro, mas aprendi a aceitar o meu corpo.

Um dia um colega de turma, no 7.º ou 8.º ano, disse-me: "Tu és tão bonita. Se fosses magra eras a miúda mais gira da escola.". Acho que fiquei sem resposta. Ou se respondi alguma coisa apaguei da memória. Mas nunca esqueci aquela afirmação. Relembrei-a ao longo do tempo e em ocasiões diversas.

 

Os momentos mais duros eram sempre na hora de comprar roupa, claro. Quem é que não gosta de andar gira? Qual é a miúda que não gostava de poder usar uma saia mais curta ou uns calções?

Também na adolescência tomei consciência, sem saber bem que o estava a fazer, que cada um de nós é um caso único no que toca a questões de peso. Isto porque tive uma colega de turma que era o oposto de mim. A rapariga comia ao pequeno-almoço uma sandes mista e um galão e no intervalo seguinte já estava a comer duas empadas ou um Bolicao. E não engordava uma grama. Foi aí que eu percebi que os nossos corpos deveriam viver em ritmos diferentes. Era o chamado metabolismo.

 

Se tentei emagrecer? Tentei...

A primeira vez que o tentei a sério tinha 17 anos, deixei de comer muita coisa, fui para um ginásio e vi resultados, mas nunca cheguei ao peso que queria. Não aguentei a restrição que me impus e recuperei o peso perdido e mais algum.

Fui tentando aqui e ali. Mas sempre foi muito difícil. E em minha casa sempre se comeu (bastante!) bem.

 

Uma vez ou duas tentei provocar o vómito (a sério, não estou a brincar...), mas não consegui, simplesmente não era coisa para mim. Só consegui uma dor de garganta e ainda bem que assim foi. Se tivesse conseguido não sei onde aquilo poderia ter chegado...

 

Aos 24 anos decidi que tinha de fazer nova tentativa, procurei uma nutricionista e consegui perder uns 12kg. Sentia-me super bem, com energia e cada vez mais confiante. Mas quis o destino, a sorte, o azar...o que lhe quiserem chamar, que eu tivesse um acidente de carro, do qual resultou uma lesão que, não sendo grave, me impossibilitou de frequentar o ginásio mais de um mês. E eu desanimei.

E depois disso tantas outras coisas se deram nessa altura...mudança do Alentejo para o Algarve, viver sozinha, aulas diurnas e noturnas...e quando dei por mim tinha muito mais peso do que quando iniciei a dieta.

 

Voltei a tentar algumas vezes...mas desisti sempre rapidamente. Resignei-me. De certa forma, acho que foi o que aconteceu.

 

Imaginem o que é no primeiro dia em que vão dar aulas, enquanto se dirigem para a sala ouvirem: "qual foi a prof que me calhou? Oh...a gorda.". Ou sentirem que, por melhores que sejam as vossas análises, por mais mais tempo que aguentem sem cair em tentação, quando comem um pastel de nata no bar da escola têm todos os olhos cravados em vocês. Enfim... Não é dramático, longe disso, mas também não é agradável.

 

No início deste ano (2017) um médico falou-me da dieta Pronokal. Investiguei, entusiasmei-me com os resultados e quando fui saber o preço tudo caiu por terra. O raio da dieta custar-me-ia uns 4000€, completamente fora de questão para o meu bolso.

 

E eis que descubro a dieta Paleo. A primeira vez que ouvi falar dela disse: "impossível, não consigo, pois tenho de deixar de comer pão, que é o que eu mais adoro na nossa cultura gastronómica". Passaram-se uns meses e eu fui lendo aqui e aqui e também no Quiosque da Joana (ela tem por lá várias receitas e aborda o conceito). Até que ganhei coragem e decidi atirar-me de cabeça.

Cortei os hidratos de carbono e o açúcar de um dia para o outro. E há duas semanas que não lhes toco. Comecei a caminhar, com o intuito de conseguir começar a iniciar-me na corrida.

E é isto. O Paleo faz sentido, porque efetivamente sinto muito menos fome, parece que o corpo me diz agora muito mais aquilo que precisa e que não precisa.

Vou tentando...apesar de já ter percebido que o meu corpo não está a responder, em termos de resultados visíveis (perda de volume e/ou peso), tão rápido como acontece com outras pessoas, que nos primeiros dias conseguem logo perder alguns (até muitos) kilos.

 

Devagarinho... Vamos lá ver onde consigo chegar. Vou-vos contando.

 (Imagem aqui)

 

Beijocas e boa semana!

31
Ago17

A Marta

C.S.

22h35

Ouço a chuva, ao longe. Miúda. Ritmada.

Algo em mim estremece. Inspiro. Uma e outra vez e cada vez mais fundo e procuro afastar o pensamento que não me sai da cabeça.

Fecho os olhos, com força. Mas a imagem que vi não se dilui.

 

- Marta! Marta! Marta!...

 

Alguém chama por mim. Alguém que já deu pela minha falta. Sinal de que não resta muito tempo até que me encontrem. Obrigo o meu corpo a mover-se. Cambaleia. Concentro-me. Tenho de sair daqui. Afastar-me.

Começo a correr, nunca fui grande corredora, mas a adrenalina que sinto parece ajudar-me. Corro sem olhar para o que me rodeia, não sei para onde vou, mas sei exatamente do que fujo.

Sinto as mãos molhadas e sei que se olhar para elas estarão sujas de sangue.

 

00h30

A minha bebé está desaparecida. Passaram cerca de três horas desde que ela desapareceu, mas é impossível não pensar nos piores cenários.

A Marta. A minha Marta. Uma filha extremamente amorosa, uma aluna exemplar, querida por toda a comunidade escolar. Até aos 14 anos um sonho de menina. E depois tudo mudou. Deixei de a reconhecer. Ela própria foi-se abandonando aos poucos, até restar apenas uma sombra do que fora.

A minha Marta. Tem hoje 20 anos, a minha bebé.

Talvez a culpa seja nossa. Talvez seja minha, eu que sou a mãe, deveria ter compreendido mais cedo. Deveria ter lido os sinais. As mães deveriam estar aptas para captar este tipo de coisas.

 

- Júlia. Júlia!

 

01H12

A Marta está bem, por agora.

Foi levada para o hospital e os pais estão a ser aconselhados a deixá-la lá por alguns dias, quem sabe se não serão mesmo algumas semanas.

Dói-lhes entregar assim a filha, pois nunca antes estiveram sem ela, mas Júlia sabe que o que aconteceu hoje pode repetir-se. Sabe também que a Marta anda a fugir cada vez mais à medicação. Chora. Sente-se culpada e impotente. O marido abraça-a, também ele sem forças.

Ambos se recordam bem do dia em que a Marta foi diagnosticada com esquizofrenia. Foi há dois anos atrás. Num estranho e frio mês de março e a vida deles nunca mais foi a mesma.

Muitos dos seus sonhos ficariam por concretizar. Ficaram atónitos. Não aceitaram. Pediram uma segunda, terceira e quarta opinião. Todas iguais. A mesma sentença.

Eles que planearam a brilhante vida da sua bebé foram atirados de um precipício. Pelo menos era o que sentiam.

Todos os dias.

 

(Imagem aqui)

 

 

 

29
Ago17

Rentrée no Há mar em mim

C.S.

Sinto que após um grande período de ausência o Há mar em mim está a viver uma espécie de rentrée (é chique dizer isto, não é?) e que tenho de estabelecer o que por aqui irão encontrar.

(imagem aqui)

 

Poderia fazer isto sem partilhar convosco?

Claro que podia, mas creio que faz mais sentido assim, porque este é um cantinho de partilhas.

 

Vamos lá:

1. A rubrica das quintas-feiras, Às quintas viajamos..., dedicada às viagens, irá desaparecer. Surgiu com o intuito de inspirar as escolhas de destinos de férias e agora que o verão se vai esfumando não me parece fazer sentido continuar com ela. Talvez um dia volte a ela...

 

2. Nos próximos dias irei falar-vos do meu destino de férias. Fiquei apaixonada por aquele lugar. Eu e o A., se pudéssemos, voltávamos já hoje.

(Alguém adivinha? - se acompanham o meu instagram não vale responder, porque por lá já há muitas fotos.)

 

3. Os contos continuarão por cá. Por dois grandes motivos: porque me dão imenso gozo a escrever e porque há pessoas que gostam de os ler.

Pensei em torna-los numa rubrica, em marcar um dia da semana para que saíssem regularmente, mas não o vou fazer. Pois escrevo-os ao sabor da maré, que é como quem diz, ao sabor da minha vontade, o que faz com que na mesma semana possam aparecer dois e noutra semana nenhum. É mesmo assim. Obriga-vos a ficar atentos. Ahahah...

 

4. Quero falar-vos de uma nova dieta que estou a seguir. Quero explicar-vos o porquê desta decisão e contar-vos como as coisas vão evoluindo.

 

5. Vou manter a rubrica de domingo, Coisas maravilhosas que o meu (pouco) dinheiro não pode pagar. Porquê? Porque o domingo é um dia mais parado aqui na blogosfera e porque este tema é suficientemente despreocupado e giro para aparecer ao domingo. A malta gosta de apreciar trapinhos, para o bem e para o mal.

Ou querem que isto desapareça?

 

E é isto! Obrigada por se manterem desse lado.

 

 

 

 

28
Ago17

A C.S. está de regresso! :)

C.S.

 

 Bom dia!

Ahhh...já tinha saudades deste cantinho da internet e da vossa companhia!

 

Tenho algumas coisas para vos contar, mas para já posso dizer-vos que tive umas ótimas férias, pois consegui descansar e desconectar-me totalmente.

 

 

Arrumei, limpei e organizei.

Fiz as malas.

Fui de coração cheio e muita expectativa.

Vi, cheirei e vivi. Estive a 100%.

Ri, emocionei-me e sonhei.

Partilhei, conheci e descobri.

Conversei e escutei.

Voltei.

Desfiz as malas.

Recebi abraços.

Partilhei risos e jantaradas.

Dei e recebi mimos.

Tive a casa cheia e o coração também.

Amei muito.

Dormi. Descansei e voltei.

 

E vocês? Como têm estado por cá? Vá...contem-me tudo!

 

Ahhh...sabe bem voltar a casa!

 

Boa semana.

 

 

 

04
Ago17

Até já... :)

C.S.

 

(Imagem aqui)

 

Vocês sabem que vos adoro.

Que este cantinho me é muito especial. 

Que o Há mar em mim passou a fazer parte da minha rotina. 

Mas há meses que anseio por este dia. 

Foi um duro ano de trabalho.

Agora espero que sejam umas doces e retemperantes férias. 

 

Até já. 

 

 

 

(Conto voltar na última semana de agosto, naquela que não sei se é a última de férias ou a última com emprego...

Mas isso agora não interessa mesmoooooo nada!). 

01
Ago17

A Luana

C.S.

Luana tem olhos pretos e rasgados, grandes e, às vezes, um pouco assustados. Deve o nome à lua, claro está. A mãe diz-lhe que nasceram ao mesmo tempo, mas Luana não gosta da noite, teve medo do escuro até aos 7 anos.

 

Agora tem 17 anos e não gosta muito de sair de casa. Arrasta-se até à escola, apesar de gostar das aulas. Não gosta é do caminho de 2 km que tem de percorrer duas vezes ao dia. Também não gosta da disciplina de educação física, pois implica que se dispa em frente das colegas de turma, todas elas barbies perfeitas, altas, loiras e populares.

 

Luana não gosta muito de pessoas, se tivesse de escolher preferia viver somente rodeada de gatos. Gatos e livros eram tudo o que ela precisava para ser feliz. Bom... E esporadicamente uma visita da mãe.

 

Temia o desconhecido, apesar de possuir um fascínio pelo universo e pelo interior do corpo humano. Nunca pensava em rapazes, nunca se interessou por nenhum, julgava-os a todos pouco inteligentes e acreditava que quanto mais corriam atrás de uma bola de futebol mais estupidificados ficariam.

 

Às vezes via-se ao espelho e achava-se velha e esse reflexo nunca a incomodava, queria envelhecer rapidamente, saltava aqueles anos cheios de vitalidade, que toda a gente dizia que seriam os melhores de toda a sua vida. Luana duvidava muito dessas afirmações e as doenças que surgiam com a idade não a assustavam, achava, até, os óculos um acessório bastante charmoso, mas infelizmente ainda não necessitava deles, via perfeitamente.

 

Gostava de fazer ponto de cruz, aprendera com a avó materna aos 9 anos, naquele maravilhoso verão em que teve varicela e ninguém a chateou para sair de casa.

 

À beira dos 18 anos Luana entrará na universidade, em Medicina, incentivada pelo seu professor de Biologia, que desde o 10.º ano lhe dizia que deveria ser esse o seu caminho.

A rapariga não contrariou o professor, tinha notas para entrar em Medicina e gostava da ideia de fazer cirurgias ou descobrir a cura para uma doença rara, só temia vir a tornar-se uma médica de família, daquelas que lidam com mais de 20 doentes num dia. Não, isso Luana não aguentaria, era demasiado contacto humano.

(Imagem aqui)

Um dia destes, a Luana desajeitada, como a mãe lhe chamava, concluirá o curso com distinção, mas na tarde em que receber o seu diploma eclipsará para sempre.

27
Jul17

12. Às quintas viajamos...

C.S.

Bom dia!

Como estão? Já a pensar no fim-de-semana? Na praia? Hum...tão bom...e com este calor não apetece mesmo pensar em mais nada. Ou apetece? Uma viagem...talvez?!

(Imagem aqui)

 

Hoje, no Há mar em mim, tenho o prazer de ter a companhia de uma das miúdas mais queridas da blogosfera, que está sempre pronta para nos encher de mimos, mas que gosta de se manter Desconhecida.

Deixo-vos com a autora do blog 1Simples Desconhecido.

 

Bom, como sabem, ou não, a Desconhecida é de Braga, moça do Norte portanto! Esperem lá, parem tudo!!! Onde é que eu tinha a cabeça, que raio de modos os meus…

 

Minha querida C.S., OBRIGADA! Obrigada por este maravilhoso convite, agradeço de coração!

 

Continuando…

 

Aqui a vossa Desconhecida, a miúda do Norte, teve a oportunidade de ir dois dias até LISBOA! LISBOA, pessoal!

Ok, não parece nada impressionante, mas para mim foi, e o melhor de tudo, fui com os meus melhores amigos até à Capital, sem pais, já estão a imaginar, não é!?

 

DSCF0061.JPG

 

DSCF0062.JPG

 

Pois se não imaginam, eu conto um pedacinho. Chegamos, passemos, instalamo-nos na pousada da juventude. Chega a hora de jantar, saímos, estamos animados, Lisboa não tem nada a ver com a nossa cidade, são sinais de trânsito por todo o lado, é trânsito por todo o lado, multidões de pessoas, espaços amplos e enormes. O que é isto!? Nova Iorque?

 

Encontramos o local para jantar, os amigos deliciam-se com um rodízio de pizzas, ainda hoje se fala nisto, aquilo era tanta, mas tanta pizza… Como era de esperar, ficaram enfartados, fomos caminhar, descemos, subimos, direita, esquerda… Paramos, não sabemos como, mas de repente estávamos num concerto ao ar livre, ficamos mesmo fascinados com tudo isto, há tanta gente nas ruas, há tantas lojas, tantos restaurantes, bares e afins, há tanto movimento, parece que a cidade não dorme!

 

Sentamo-nos no chão a ouvir a música, e no fim!? No fim, um fogo-de-artifício espetacular! Hora de voltar para a pousada, bora lá! Pois, bora lá, mas por onde!? Estamos longe, e agora, chamamos um táxi!? Nada disso… Voltamos à pousada, e querem saber como? Claro que querem, esta é a parte emocionante! Voltamos com um polícia, sim, um dos muitos polícias que por ali andava a controlar, que era conhecido de um amigo meu. Excelente! Que sorte!

 

Esperem lá, somos 8 ao todo, o carro só tem 5 lugares! Estamos rodeados de polícias, a nossa boleia é um polícia, deixamos alguém para trás!? Nada disso… O Sr. Polícia infringiu as regras, as miúdas foram no colinho dos rapazes, ouve muito riso até à pousada, e tudo acabou em bem!

 

DSCF0063.JPG

 

Só uma coisinha, não digam isto a ninguém, combinado!? E já agora, queridos Lisboetas, têm uma cidade linda, e com uns polícias muito porreiros!

 

Beijinhos, A Desconhecida

 

 

Adorei este relato. A miúda conseguiu passar-nos uma imagem de Lisboa vibrante, jovem e festiva, não concordam?

Desconhecida, foi um prazer ter-te por aqui e tens toda a razão, eu não sou Lisboeta, mas também acho que a nossa capital é uma cidade lindíssima.

 

Beijinhos e boa quinta-feira.

24
Jul17

A Carlota

C.S.

Carlota, tal como todos nós que por aqui andamos, não pediu para nascer e os seres que a conceberam tão-pouco sonharam algum dia com ela.

Nasceu fruto de um crime. Da maldade de um homem para com a sua mãe, mulher com problemas mentais, que a carregou nove meses e que que sempre precisou de terceiros para que a ajudassem a cuidar da filha.

 

Carlota faz hoje 40 anos. Tem uma família que ama. Ela, o marido e os filhos são felizes. Pessoas humildes que lutam diariamente por uma vida digna. Pelos filhos, para que nada lhes falte.

Carlota é serena, nada a faz perder a paciência. Conhece bem o seu passado, já que cedo exigiu aos avós que lhe fosse relatado. Nunca o esquece, mas não vive presa a ele.

Respeita e admira a mãe, acarinha-a e desde cedo compreendeu que os seus papéis rapidamente se inverteriam. Um dia quis olhar nos olhos do homem que esteve presente na sua conceção e conseguiu-o. Teve vontade de o matar, mas rapidamente compreendeu que ele apenas merecia o seu desprezo. Também teria merecido a prisão, há anos atrás, se os seus avós não tivessem receado apresentar queixa contra alguém influente da aldeia. Temeram que ninguém acreditasse no que havia ocorrido. Guardaram as dores, a revolta e a vergonha.

Carlota, se tinha algum tipo de sentimento por aquele homem, matou-o naquela manhã de finais de outubro em que o conheceu.

Aos seus filhos nunca contou a verdade, disse-lhes que o avô havia morrido quando ela tinha meses. Apenas o marido conhecia as suas verdadeiras feridas, aquelas que não admitia a ninguém.

(Imagem aqui)

Carlota faz hoje 40 anos e vê-se ao espelho, por momentos volta a sentir aquela dor que não sentia há vários anos, a dor de saber que não deveria ter nascido, mas a filha mais velha desperta-a dos seus pensamentos, aproxima-se, abraça-a e diz-lhe como ela está linda e acrescenta, enquanto a puxa por uma mão:

- Vem, o papá está à nossa espera, preparámos-te uma surpresa.

 

20
Jul17

Vou-vos contar o que se tem andado a passar...

C.S.

Para além do cansaço e de ter que dar atenção à minha pequena B., desde o fim-de-semana que tenho familiares em casa, de visita e vindos de longe, facto que, como sabem, condiciona toda a nossa rotina.

Ontem pensava eu que teria tempo para passar por cá, mas mais uma vez o malandro escapou-me.

Mas não faz mal, o que importa é que tudo está bem e que eu sei que posso contar com a vossa compreensão à minha ausência. Certo?

Vou-vos dizer que com toda esta azáfama também Às quintas viajamos... acabou por ficar afetada. Paciência. Sem ovos não se faz limonada.

 

Tenham uma ótima quinta-feira!

Beijinhos repenicados

13
Jul17

11. Às quintas viajamos...

C.S.

Devemos estar num dos meses do ano em que mais se viaja e só por isso já deveriamos adorar o mês de julho. Não concordam?

(Imagem aqui)

 

Espero que tenham uma ótima quinta-feira e que disfrutem da viagem de hoje.

Julgo que todos conhecem a convidada de hoje, ou não fosse ela uma das pessoas mais acarinhadas aqui da blogosfera e tudo graças à sua enorme simpatia. Já adivinharam de quem se trata?

Dou-vos mais umas pistas: o seu blog oferece-nos sempre histórias hilariantes do seu quotidiano e, neste momento, também histórias sobre a gravidez da sua autora.

Claro que é a Chic'Ana.

 

Em primeiro lugar quero agradecer muito à C.S por este convite. Acredita que estive a ver e a rever as minhas viagens, todas elas marcantes por diversos motivos, mas como só podia escolher uma, tinha de escolher a Madeira.

Foi a minha viagem de Lua de Mel, a primeira grande viagem que fizemos a dois, e como tal, marcou-nos pela positiva e só pensamos em regressar.

DSC00087.JPG

 

Desde o clima, sempre estável todo o ano, com temperaturas que nos permitiram aproveitar para passear, mas também para apreciar as belas praias Madeirenses, à comida, fantástica, o bolo do caco é para mim uma perdição, o peixe espada confecionado de todas as formas possíveis e imaginárias, a bela da espetada em pau de louro.. As paisagens são de cortar a respiração e todo o atendimento, a simpatia sempre presente de um povo com um sorriso no rosto.. Adorei, palavras para quê!?

DSC00129.JPG

 

Peripécias não podiam faltar: desde ficarmos fechados num parque de estacionamento, que pensávamos ser do centro comercial, mas afinal era de um complexo turístico, ao sermos confundidos com estrangeiros, ao apanharmos uma tromba de água que caía de tal forma, que estávamos a uns metros do Hotel e chegámos lá a escorrer por todo o lado (após o toldo do local onde estávamos abrigados se ter desmoronado com a pressão da água)…

Foi uma viagem perfeita e que guardo com muito carinho no meu coração! Se estiverem indecisos sobre o destino ideal, não deixem nunca de considerar a Madeira.

 

O que me dizem? Gostaram?

Conhecem a Madeira ou, tal como eu, ainda não viajaram até lá?

Definitivamente que é um dos locais que tenho mesmo de conhecer.

Ana, obrigada por poder contar com a tua presença aqui. Gosto muito de ti e de partilhar esta aventura contigo, foste uma das primriras pessoas a fazer sentir-me acarinhada aqui no SapoBlogs, obrigada por isso. Beijinhos

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