A melancolia do outono
É tão belo o outono e tão melancólico.
Deixa-nos entre o fascínio e o desespero.
Adormece-nos a euforia dos dias mais quentes e torna-nos mais introspetivos.
Adoramo-lo. Mas o frio vai-se agarrando à nossa pele. E as folhas vão caindo e lembrando que nada é para sempre.
É essencialmente poético e, no entanto, não deixa de ser triste, quando as folhas são só um emaranhado de restos pisados e molhados pela chuva que vai caindo. Como os nossos sentimentos.
Na nossa cabeça escutamos músicas tristes e antigas, talvez até um crepitar de lenha a arder, na tentativa de encontrar algum conforto.
A brutalidade do outono atinge-nos sempre, pelo seu esplendor. Pela sua mutação. Pela lembrança de que estamos mais perto de cair também.
Mas a primavera sempre chega.
(Imagem aqui)