As primeiras horas de 2020
No primeiro dia do ano, a praia estava cheia, apesar do frio. Havia sol também, que servia para disfarçar a loucura de quem insistiu que no primeiro de janeiro havia de tomar o primeiro banho de mar.
Pairava no ar uma sensação de euforia, resquícios da festa que havia terminado há um par de horas. A manhã ia-se construindo entre risos infantis e gritos de guerra, que ficavam subitamente agudos assim que a pele quente entrava em contacto com os 13° graus a que a água do mar se encontrava.
A contrastar com a ânsia humana, que quer sempre mais e melhor todos os anos, os pardais andavam por ali, na sua liberdade inata e roubavam restos de comida da esplanada sobre o mar.