Filmes que ficam em nós
Há filmes que vemos e esquecemos quase de imediato. Mas há filmes que vemos e que permanecem em nós.
Despertam-nos, espicaçam-nos.
O último que vi e que teve este efeito em mim foi As Sufragistas, já não é recente, eu sei, mas só agora tive oportunidade de vê-lo e senti de imediato uma enorme culpa. Culpa por todas as vezes que podia ter ido votar e não fui (não foram muitas e quando aconteceu houve sempre uma justificação razoável).
Hoje temos uma série de direitos consolidados e isso faz com que muitas vezes esqueçamos que nem sempre foi assim, que para que hoje possamos viver nesta sociedade, que está longe de ser ideal, mas é livre, houve muito sangue, muitas lágrimas, muitas injustiças, muitos crimes, muita dor, muitas vidas que se perderam em busca de um futuro do qual já não puderam usufruir. E aqui estamos nós tantas vezes esquecidos de como aqui chegámos.
Temos o direito de ser livres, mas também temos o dever de ser livres e esse dever leva-nos a ter que estar atentos e participativos nesta sociedade louca.
P.S.: Grande discurso que a Meryl Streep fez na noite dos Globos de Ouro. Estas entregas de prémios são muitas vezes sobre glamour e red carpet, por isso Streep foi glamorosa, como sempre, e desfilou palavras que fizeram eco em todo o mundo. Adorei.