Preferia não ter ouvido...
Cada vez mais, deixem que vos diga, odeio pessoas com pensamentos extremistas.
Ontem, estava eu numa pausa do meu trabalho, tranquila a beber a minha água, quando ouvi algo que quase me fez deitar água pelo nariz.
Numa mesa ao lado estavam três colegas a conversar animadamente, disse-lhes "bom dia", quando passei, e sentei-me na mesa ao lado, não estava a prestar atenção a nada do que diziam, até que um deles diz: "se há raça que eu exterminava, era a raça cigana". Oi? Ouvi bem? Exterminavas? Mas agora és quem? O Hitler? Eis que, não contentes com isto, diz outra que também estava naquela mesa: "eram os ciganos e os alentejanos, não fazem falta". E aí eu petrifiquei. Creio até que, por momentos, o meu cérebro parou. Mas que gente é esta? Supostamente instruída e que apregoa sem qualquer despeito tamanhas alarvidades.
Poderão vocês tentar justificar, como eu tentei, que se calhar ouvi tudo fora de contexto e aquilo até podia ser uma qualquer brincadeira de mau gosto. Contudo, não deixa de ser diarreia verbal, que mais valia apodrecer para todo o sempre naquelas cordas vocais.
Quando é que começámos a ser assim tão intolerantes? Se há coisa que não suporto são aquelas afirmações do tipo: "todos os alentejanos são uns preguiçosos", "os algarvios são todos sovinas", "os nortenhos são todos bimbos", "os espanhóis são todos arrogantes"... Como podem ousar afirmar tal coisa? Por acaso já contactaram com TODOS os alentejanos, algarvios, nortenhos, espanhóis, ciganos, refugiados, romenos, búlgaros, ou raio que os parta?!
Generalizar é cair na perfeita estupidez, é afirmar, sem que seja necessário que realmente o façam, que caminham por esta vida de olhos vendados.