Sobre sábado, o dia que foi dos Professores
No sábado, os professores portugueses voltaram a dar uma aula de cidadania ao país, ao ministro da educação e a todo o governo.
100000 professores apresentaram-se na capital. Não se deixaram intimidar pelas mensagens que lhes invadiram as redes sociais no dia anterior. Uma tentativa de demovê-los? Provavelmente.
100000 pessoas movidas pela certeza que estão a fazer o que é certo: lutar pela escola pública. E sim, o melhor para a escola pública também passa por tratar bem os seus professores e devolver-lhes o que lhes pertence.
100000 pessoas que se reencontraram e se abraçaram, porque todos nós já trabalhámos em tantas escolas, todos nós acumulamos km e somamos alunos e colegas com quem aprendemos ao longo dos anos.
100000 pessoas que cantaram, dançaram, apitaram, fizeram barulho, gritaram que "não pararão", porque chegou a hora de exigir o que lhes tiram há anos.
100000 pessoas que suportaram a pandemia e nem aí, quando o país descobriu a falta que lhe fazem os professores, foram devidamente reconhecidos. Porque às vezes as palavras não são suficientes. É preciso dar condições dignas de trabalho, é preciso que o ordenado dê para pagar a casa no fim do mês, é preciso que as pessoas sejam avaliadas de forma justa, sem entraves à sua progressão. É preciso que o ambiente nas escolas nos permita respirar, rir e nos dê vontade de permanecer.
Sobretudo, é urgente que se ouçam os professores e se compreenda que eles só querem uma escola mais digna, justa e saudável para todos.