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há mar em mim

23
Dez20

As minhas grandes descobertas de 2020

C.S.

Se há coisa que eu gosto de fazer é ler um bom livro. Mas isto que agora afirmo aqui, com tanta certeza, andou um pouco esquecido, mais tempo do que eu gostaria. Perdido entre as exigências laborais e a tentadora Netflix, que se apresenta sempre como um bom plano para o tempo que temos livre. No entanto, eu queria mesmo ler mais. Sentia essa necessidade e nem tinha bem noção disso. 

No final de 2019 não fiz grandes resoluções de ano novo, mas disse a mim mesma que tentaria incluir a leitura nas minhas rotinas, cheguei até a pensar que idealmente conseguiria ler 12 livros, um por cada mês. 

E depois? Depois a vida aconteceu. 

Em janeiro li um livro pequenino - Distância de Segurança, que comprei em promoção no supermercado. Li-o rápido e apesar da história não ser marcante foi um passo para concretizar o meu objetivo.

A seguir, decidi instalar a app Kobo no meu telemóvel e o primeiro livro que comprei foi de uma autora portuguesa que eu não conhecia, Helena Magalhães. Comprei o Raparigas Como Nós porque me prometia uma viagem, um regresso ao  final dos anos 90 e início dos 00, era um regresso ao passado e a história cativou-me desde as primeiras páginas.

E foi aqui, numa manhã fria, mas solarenga de janeiro, enquanto tomava o pequeno almoço numa pastelaria após ter ido fazer análises, que fiz as duas grandes descobertas de 2020 sem o saber ainda. Descobri a Helena e a Kobo, a quem atribuo a grande responsabilidade de ter lido não 12, não 15, não 20, mas sim 42 livros em 2020. 42!

Passo a explicar, após gostar tanto do livro da Helena fiquei curiosa e fui fazer o que toda a gente faz hoje em dia: pesquisei o nome dela no google e no instagram. Comecei a seguí-la no IG porque me identifiquei logo com os seus conteúdos e passados uns dias percebi que ela era a responsável pelo Bookgang , um livraria online que é muito mais que isso, uma vez que não vende apenas livros, incentiva verdadeiramente à leitura. Uma espécie de Clube do Livro digital. Uma verdadeira comunidade de amantes de livros no Instagram. A Helena teve a brilhante ideia de criar caixas mensais com livros (novos lançamentos, sobretudo) sugeridos por ela. E são tão bons! 

E o kobo? Em fevereiro eu ainda pensava que iria de férias para o México na Páscoa (Ah!... a inocência!) e comprei um Kobo, com o intuito de ler nas férias, mas não ir carregada com livros para o outro lado do Atlântico.

Covid, pandemia, confinamento... Já sabem. Não se concretizou o México, mas a vontade de ler foi crescendo de mês para mês, embalada pelas sugestões da Helena, que é uma pessoa super simpática, acessível e que quer fazer a diferença nos hábitos de leitura em Portugal, fui lendo cada vez mais. Comprei livros no Bookgang e comprei livros na Kobo. Fui gerindo, porque gosto muito de ler em papel e aqueles livros que nos chegam ao coração, esses queremos nas prateleiras de casa, para guardar para sempre e sorrir quando olhamos para eles, mas o Kobo é tão prático que já não vivo sem ele. Há espaço para as duas modalidades. E sobretudo, há sempre espaço para a leitura nas nossas vidas. 

(Imagem aqui)

 

Quanto aos livros que mais gostei? Fica para outro post. 

 

 

22
Dez20

E os ensinamentos de 2020?

C.S.

Sinto que toda a gente retirou grandes ensinamentos de 2020, mas eu continuo com dúvidas. Provavelmente com mais do que tinha há um ano atrás. E novos receios, claro.
Mas também novos sonhos. E afinal a idade não nos traz certezas de nada (pelo menos a mim), dá-nos, sim, mais confiança para nos fazermos ouvir e também o discernimento de saber quando é melhor estar calados.
2020 não foi uma revelação, mas como tudo, também teve momentos bons. E porque cada história pode ser contada de variados pontos de vista, eu quero recordar esta como um daqueles dias chuvosos que terminam com um pôr do sol glorioso. Porque no final é sempre melhor optarmos por ser felizes.

IMG_20201222_102101_140.jpg

 

09
Dez20

Fazer as pazes com 2020

C.S.

Ontem estava a anotar na agenda coisas já para o mês de fevereiro e depois parei. Pensei. Não tarda faz um ano que me enviaram para casa, confinada, onde fiquei mais de 50 dias até começar a sair. 9 de março. Impossível esquecer.


Para onde foi o tempo este ano?


E depois lembrei-me que pintamos a casa; que fizemos uma escapadinha para celebrar os 5 anos de casamento; que compramos um toldo vertical para nos proteger a varanda do sol quente do verão; que tive a minha sobrinha comigo 3 semanas quando começamos a desconfinar; que trabalhei imenso; que fiz uma escapadinha a Cabanas de Tavira, que é já aqui ao lado, mas que foram os únicos dias deste ano que tiveram gosto a férias; que arranjamos uma forma de desperdiçar menos água; que li 40 livros; que me senti completamente realizada no dia em que fiz 34 anos; que a minha mãe me fez o melhor bolo de aniversário de sempre; que a minha sobrinha me organizou uma festa surpresa (5 adultos e 2 crianças); que consegui ir à feira do livro de Lisboa; que ele perdeu o apêndice, mas correu tudo bem; que sonhei com as férias que cancelei, com as Maldivas e com um mês inteiro em Madrid; que me apaixonei pela voz maravilhosa de Ella Fitzgerald...

Claro que houve imensas coisas más. Mas estas são as que vou guardar. E tenho a certeza que se pensarem também conseguirão fazer uma lista semelhante.

Se calhar está na hora de começar a fazer as pazes com 2020, para que possamos sair a sentir-nos mais leves. 

IMG_20201129_155450-03.jpeg

 

 

03
Dez20

Que sejamos pacíficos, mas não dormentes

C.S.

Ontem, a propósito do post que escrevi, uma amiga enviou-me mensagem já tarde. E escreveu: "Ninguém se importa. Toda a gente sabe. Toda a gente anda descontente, mas ninguém se importa.". Fiquei a trocar mensagens com ela até tarde e hoje acordei a pensar no assunto. 

Realmente não nos importamos? Ou temos sido convencidos de que não adianta levantar a voz porque nada vai mudar?

Ano após anos saem notícias onde se valoriza o facto dos portugueses serem pacíficos. E ainda bem. Gosto de viver num país onde não existem grandes conflitos.

Mas pacífico não é o mesmo que dormente. E nós neste momento estamos letárgicos. E não é mais fácil governar quem não reclama? Não é mais fácil aplicar o dinheiro público erradamente quando não há reação? Não é mais simples deixar cair os pilares de uma sociedade, (Saúde, Educação e Justiça), quando ninguém se parece importar? Não dá mais azo a que haja corrupção quando toda a gente finge que não vê? 

A minha grande questão é:

Porque permitimos que tal aconteça?

 

Existe em Portugal uma descrença enorme na classe política. Da direita à esquerda ninguém nos convence. Eu sei, porque sinto o mesmo. Mas se calhar está na hora de entender que a abstenção, (que não para de aumentar), não é a forma certa de reagir, porque nos tem conduzido aqui. A lugar nenhum. Se calhar está na hora de começarmos a pensar no que poderemos fazer, todos nós, cidadãos deste país que a cada dia afunda mais um pouco, para que algo mude. 

Tal como disse ontem, aceitam-se sugestões. Comecemos a debater, a falar mais, a fazer-nos ouvir. 

13
Nov20

2020 - o filme de péssima qualidade

C.S.

Muito se dirá sobre este 2020 no futuro. Muito se tem dito sobre ele no presente. Independentemente da forma como tem afetado cada um de nós, creio que será difícil encontrar alguém que o considere um bom ano. Estamos todos mais do que prontos para nos despedirmos dele e, de preferência, sem grandes alaridos, porque não há grande coisa pela qual celebrar. 

Em março, fui das primeiras a ser enviada para casa. Quando toda a gente foi posta em casa eu levava uma semana e meia de confinamento, porque surgiu um caso no meu local de trabalho. Foi um mês duro. Muito duro. E a bem da minha sanidade mental desliguei-me das notícias. E depois da TV. 

Passados tantos meses (parece que passou uma vida) continuo a querer saber o mínimo. Mas na era da informação rapidíssima tudo se sabe, não é? 

Ontem o meu concelho passou a estar sinalizado. E este mau filme de ficção científica, em que estamos metidos, parece não ter fim. 

Olho à minha volta e o que vejo é gente resignada. Estamos por tudo. Parece que 2020 nos quebrou inevitavelmente.  

Mas este ano maldito vai perseguir-nos muito mais do que desejamos. Porque vai deixar marca na nossa memória e na forma como nos relacionamos. E porque nos vai meter numa crise económica sem precedentes. 

E esta sou eu... A não querer pensar muito no assunto. A não querer dar muita importância. A não querer valorizar os problemas... Mas como fugimos desta longa metragem horrível em que nos meteram?! 

10
Nov20

As botas que podiam vir cá para casa

C.S.

Já apetece calçar botas, não é? 

Nos sapatos, ainda mais do que na roupa, prefiro investir em qualidade. Ter menos, mas que sejam confortáveis e que me durem. Sim, que me durem, porque sou uma destruidora de sapatos. 

De todo o calçado que existe as botas são, provavelmente, o que mais gosto de comprar e este ano há modelos bem giros. Por isso, em vez de guardar as fotos das que mais gosto só para mim, decidi partilhar convosco. Sempre podem tirar ideias e incorporá-las na vossa lista para o Pai Natal. 

 

Pikolinos (129,95€)

piko.jpg

(Imagem aqui)

 

Lemon Jelly (99,90€)

jelly.jpg

(Imagem aqui)

 

Yokono (75,95€)

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(Imagem aqui)

 

Cubanas (139,80€) 

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(Imagem aqui)

 

Timberland (195€)

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(Imagem aqui)

 

Fly London (140€)

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(Imagem aqui)

 

Gostaram? Quais são as vossas preferidas? Digam e pode ser que eu me decida por algumas...

(Abaixo de cada foto têm o link direto para o site das marcas, caso queiram ir espreitar.)

09
Nov20

9 de novembro

C.S.

IMG_20201109_150701_565.jpg

2020 tem sido o ano em que definitivamente me voltei a reencontrar com a leitura. Já li 39 livros e ontem comecei o 40°. Sabem quantos li no ano passado? Uns 5 ou 6. Estou verdadeiramente feliz por ter voltado a ler e de forma tão assídua. Como consegui? Praticamente deixei de ver tv. Era um dos objetivos que tinha para 2020: ler mais. Estou feliz por ter cumprido. Há mais dois grandes motivos, mas esses vou deixá-los para outro post. 

 

No meio de tantos livros que já li, é muito difícil dizer-vos qual foi o meu preferido até agora. Felizmente tenho lido muitos bons livros, mas sei que a autora do livro que está na foto - Colleen Hoover - passou a ser uma das minhas preferidas, porque me proporcionou das leituras mais envolventes e inesquecíveis deste ano.

Este 9 de novembro li-o num dia. Foi nas férias de verão e não o consegui largar. É uma história apaixonante e dramática, que nos ensina o quão importante é perdoar. É um livro que nos leva às lágrimas e que nos traz dois personagens inesquecíveis. Facilmente imagino este livro adaptado ao cinema. E creio que não podia haver outro dia para vos falar dele: 9 de novembro. Procurem-no, leiam-no e depois venham conversar comigo sobre ele. 

E vocês? Como andam de leituras? 

 

07
Nov20

Eternos insatisfeitos

C.S.

Há pessoas que nascem com um propósito. Gente que vem ao mundo quase com o destino traçado. Gente que cresce e nunca hesita, que sabe exatamente o que responder ao clássico "O que queres ser?". 

E há outros que não. Os que vagueiam. Os que acabam a fazer alguma coisa de que até poderão vir a gostar, mas sem nunca se sentirem completamente realizados. Os que têm dúvidas. Dúvidas sempre. Tem aos 14 e continuam com elas aos 18. Os que estranhamente seguirão com dúvidas pelos 20's adentro. Que chegam aos 30's com esperança de que as dúvidas se acabem, quase a desejar que se resignem. Alguns conseguem-no. 

E os que não? Os que avança pelos 30's com uma inquietação constante. Que em vez de diminuir com o tempo parece que se agiganta. 

Em que se tornarão estes eternos insatisfeitos? 

Algum dia se renderão?

Algum dia admitirás?

 

05
Nov20

Que desordem vagueia por aqui

C.S.

Hoje está um espetacular dia de outono. Faz frio, o céu está carregado e as nuvens movem-se com alguma rapidez ao sabor de um vento que vem do mar. 

É mais um daqueles dias que me faz questionar tudo o que me rodeia, numa série de pensamentos que se apoderam de mim mesmo sem serem convidados. Às vezes sinto que tenho tantas coisas para contar que podia colocá-las por escrito e no final teria um livro. Mas imediatamente oprimo esse pensamento.

"Como se tu fosses alguma vez capaz de escrever um livro."

"Como se o que tens para dizer interessasse a alguém."

"Como se tu tivesses coragem."

"Como se as palavras não te falhassem." 

"Como se..."

Ficamos mais introspetivos com a idade? Merda. Merda! Merdaaaaa! 

"Porque não te contentas em ser apenas aquilo que és e ambicionas a algo que não conseguirás proporcionar-te?"

Estou presa? É isso? Estarei presa a mim própria? Ou só ainda não adquiri confiança suficiente para, pelo menos uma vez, acreditar que sim serei capaz, sozinha, por mim e por mais ninguém?

28
Out20

A melancolia do outono

C.S.

É tão belo o outono e tão melancólico.

Deixa-nos entre o fascínio e o desespero.

Adormece-nos a euforia dos dias mais quentes e torna-nos mais introspetivos.

Adoramo-lo. Mas o frio vai-se agarrando à nossa pele. E as folhas vão caindo e lembrando que nada é para sempre. 

É essencialmente poético e, no entanto, não deixa de ser triste, quando as folhas são só um emaranhado de restos pisados e molhados pela chuva que vai caindo. Como os nossos sentimentos. 

Na nossa cabeça escutamos músicas tristes e antigas, talvez até um crepitar de lenha a arder, na tentativa de encontrar algum conforto. 

A brutalidade do outono atinge-nos sempre, pelo seu esplendor. Pela sua mutação. Pela lembrança de que estamos mais perto de cair também. 

Mas a primavera sempre chega. 

(Imagem aqui)

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