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há mar em mim

24
Mar20

"Éramos felizes e não sabíamos" - Parem lá com isso, porra!

C.S.

(Imagem aqui)

 

Vamos lá a saber...

Quantas vezes já se depararam com esta frase nas redes sociais: Éramos felizes e não sabíamos.

5?

10?

30?

99? Mais... 

Dá vontade de ir à janela gritar: ACABEM LÁ COM A MERDA DA LAMÚRIA QUE JÁ NÃO HÁ PACHORRA, PORRA! 

A sério, ninguém acredita que vocês eram felizes e não sabiam. Porquê? Porque a pessoa tende a reconhecer quando está feliz, normalmente é quando não está doente, a vossa vida corre bem, ordenado garantido no final do mês, não têm dívidas por aí além para pagar, vão jantar fora de vez em quando, com sorte com a cara metade que até já fisgaram, e até têm uma viagenzinha ou duas em vista. É isto, para os comuns mortais não é muito mais que isto. 

A não ser, claro está, que já tenham filhos e aí já entram nas vossas contas o bem-estar deles e o quão realizados os conseguem fazer sentir. Porque a vossa criança é todo o vosso mundo e ai de vocês que julguem ser seres individuais, independentes da família que criaram. Neste caso, a vossa felicidade fica dependente do sorriso das vossas crianças. Mas também é fácil ver isso. Ou não?

Se eles têm entre 0 ou 7 anos e passam 50% do tempo a chorar... Já foram. Não há felicidade que aguente. Vão por mim, não são felizes em quarentena, mas também não o eram antes. 

Se os vossos filhos têm entre 8 e 18 anos e passam mais de 60% do tempo a revirar os olhos... Paciência, também não podem dizer que eram felizes. Mas não se sintam mal, toda a gente sabe que um pré adolescente/adolescente suga a vida a todos os seres vivos com os quais convive, usando para isso a sua irritabilidade crónica e desdém por tudo o que não é um ecrã. 

Se não se encaixam nos perfis acima descritos, parabéns! Com certeza que eram felizes, mas de certezinha que já o sabiam antes, porque pais que têm adolescentes em casa e que não os veem soprar ou revirar os olhos na maior parte do tempo sabem que foram abençoados por uma entidade divina qualquer. 

(Imagem aqui)

 

O problema, minha gente, é que a maioria dos seres vivos que estão a reproduzir a frase que dá o título a este post até à exaustão são... 

(Imagem aqui)

 

INFLUENCERS!!!!! Sim. Ver-da-de!!!! Aquelas que pessoas que passam o seu tempo a viajar e quando não estão a viajar estão a receber cremes, roupas e malas para depois nos tentarem vender. 

Acreditam? 

Elas eram felizes e não sabiam. 

Tenho tanta pena! 

(Imagem aqui)

 

20
Nov19

As revistas da minha adolescência

C.S.

Aviso já, se querem culpar alguém por este post, falem com Nuno Markl, que ontem publicou no seu Instagram umas imagens da revista Bravo.

E aí a minha memória disparou, lançou-se num forte regresso ao passado e eu voltei a sentir-me com 13 anos.

(Imagem aqui)

                    (Imagem aqui)

Ainda se pagava em escudos e eu pedia dinheiro à minha mãe, (200 esc. - uma verdadeira fortuna!), para a Super Pop e para a Bravo. Porquê? Porque eu tinha uma forte crush por Leonardo DiCaprio e Nick Carter, dos Brackstreet Boys.

Era comum sonhar com o dia em que me casaria com o Leo, não sei bem em que universo alternativo as nossas vidas se cruzariam, mas pode ser que ainda aconteça...  (Why not?)

Se anda por aqui alguém mais novo que eu, têm de entender que em 1998 ninguém tinha internet, muito menos telemóvel. Se queríamos ser stalkers fãs de uma celebridade e saber a vida toda dela, tínhamos de comprar revistas, até porque a Super Pop e a Bravo traziam sempre brindes inúteis giros (), mas mais que isso, traziam posters! Posters que serviam para nós colarmos na parede e ficarmos a babar enquanto olhávamos para eles. Sim, é verdade, apenas serviam para contemplar e decorar os nossos maravilhosos quartos. Entendam que não haviam apps e para além dos T.P.C., dos livros e dos filmes de domingo à tarde não havia muito mais a fazer. 

Digam o que disserem, os anos 90 foram o máximo!

29
Jan19

Um assunto que me preocupa realmente

C.S.

Quem me visita com regularidade sabe a minha profissão, mas também sabe que eu não falo muito dela. Lá me queixo da instabilidade que lhe é inerente , dos concursos, de uma ou outra conversa tola à hora de almoço, mas pouco mais. 

 

Porquê? Por várias razões, desde o facto de este ser um espaço onde gasto algum (muito?) do meu tempo livre e, como tal, julgo que seja normal que me queira afastar dos assuntos profissionais, por outro lado, tenho bem definida na minha cabeça a ideia de que trabalho com menores e que o que acontece na escola não deve ser exposto, (ao contrário daquilo que muita gente faz, não é verdade? Sim, refiro-me, por exemplo, às fotos de respostas absurdas que os alunos dão nos testes e que volta e meia são colocadas nas redes sociais.). Sou completamente contra esse tipo de exposição, ainda que os alunos não sejam identificados. Acho um ato desses uma grande falta de ética. Mas cada um sabe da sua própria consciência. 

 

Mas esta conversa toda para quê? Para vos dizer que vou abrir uma exceção. Eu dou aulas há cerca de 10 anos e, neste momento, há algo que me assusta verdadeiramente nas escolas. Nada mais, nada menos, que o comportamento dos alunos. (Atenção! Aquilo que vou escrever a seguir prende-se com a minha experiência. Não quero com isto dizer que o mesmo está a acontecer em todas as escolas do país. Até porque em 10 anos eu passei apenas por 12 escolas.)

 

Nestes últimos dez anos tenho verificado que o comportamento dos miúdos, de um modo geral,  se tem alterado neste sentido: têm aumentado os comportamentos de ansiedade, depressão e agressividade e diminuído a capacidade de tolerância, de procurar superar problemas e reagir perante uma dificuldade. Os meninos dizem com extrema facilidade "não sou capaz" e "não sei", mas raramente pronunciam as palavras "vou tentar", "eu ajudo-te" ou "vou conseguir". 

 

O que é isto me demonstra? Que apesar de vivermos numa sociedade onde existe o culto da beleza física, estamos a esquecer de cultivar os egos e isto é preocupante. Estaremos perante uma geração de desistentes, desinteressados e incapazes? Não me parece. Pelo menos recuso-me a acreditar em tal facto. Mas a verdade é que vejo diariamente crianças derrotadas. 

 

Faço muitas vezes uso do reforço positivo, talvez não tantas como deveria, mas é uma preocupação que tenho, porque efetivamente sou levada a crer que muitas das crianças com quem convivo deixaram de ser estimuladas nesse sentido. 

 

Serei eu que tenho andado só por escolas onde este fenómeno é mais visível? Pode ser. Mas a verdade é que as escolas estão cada vez mais heterogéneas, havendo de tudo um pouco. O melhor, o pior e o médio. Por isso, se existe de tudo um pouco, não me parece que seja um problema único e exclusivo da região do país em que trabalho. 

 

E pensam vocês: "Mas, C.S., não há bons alunos? Não há os que ainda demonstram entusiasmo com a aprendizagem?". Há claro que há. Mas a verdade é que são cada vez menos. Cada vez mais raros. 

 

A resolução deste assunto passará apenas pelas escolas? Não me parece... Creio que este problema terá que começar a ser resolvido em casa e até acho que este problema deveria ser assumido, também, pelas entidades governamentais. Mas isso... Isso é tema para outra conversa. 

(Imagem aqui)

E para terminar deixo-vos este link e este

14
Jan19

Sex Education | A nova série da Netflix que têm de ver

C.S.

No fim-de-semana fiz o trabalho por vocês e servi de cobaia. É verdade. Eu sou assim uma altruísta nata. (Hahaha...)

Entre os afazeres que não podiam ser adiados lá arranjei tempo para ver os 8 episódios da nova série da Netflix, Sex Education, e só me desiludi quando vi que tinha chagado ao final dos conteúdos disponíveis. 

 

Sex Education traz-nos a história de Otis (Asa Butterfield), um adolescente, filho de pais divorciados, cuja mãe (Gillian Anderson) é terapeuta de educação sexual, facto que conferiu a Otis uma série de conhecimentos teóricos, adquiridos ao longo dos anos pelo tipo de educação que a mãe lhe transmitiu, mas também pelas escutas que fez, uma vez que a mãe tem o consultório na sua prórpia casa. Contudo, Otis está longe, muito longe de conseguir colocar em prática os seus conhecimentos, pelo menos no que à sua vida sexual diz respeito, porque na escola a conversa é outra. Incentivado por uma colega do Liceu de Moordale, por quem se apaixona, Otis começa a fazer terapia aos seus colegas. E há imensos necessitados, como devem imaginar, e com as mais variadas problemáticas, que vão desde a falta de autoestima à chantagem com recurso a uma foto (da vagina de uma aluna), ou não se tratasse de um liceu repleto de adolescentes com as hormonas a fervilhar.

 

Sex Education é uma comédia dramática que vai quebrando algumas barreiras, abordando a questão do sexo de forma brilhante, porque nunca se torna vulgar. Nesta série vemos os personagens crescerem a cada episódio e não só a nível emocional. Não tenham dúvidas, somos brindados com excelentes interpretações.

 

Os meus personagens preferidos são Otis, a sua, algo excentrica, mãe e Eric (Ncuti Gatwa), que é gay e é o melhor amigo de Otis. Aliás, o tema da homossexualidade é muito bem trabalhado nesta série. Adoro uma cena entre Otis e Eric no Baile de Finalistas. 

 

Resta-me remeter-vos para o trailer e dizer-vos que se apressem a ver para podermos trocar ideias. 

 

29
Mai18

Revenge of the 90's - a minha experiência

C.S.

Na passada sexta-feira, apesar do cansaço acumulado de uma louca e longa semana de trabalho, fui a uma Revenge of the 90's. Foi em Évora e foi inesquecível. E hoje vou explicar-vos o porquê. 

E afinal o que é uma Revenge? É uma festa, sim, mas também é muito mais que isso.

P_20180525_234518_1.jpg

 

Eu já tinha ouvido falar destas festas, cuja localização só é revelada no próprio dia e apenas a quem tem bilhete para entrar. Posso dizer-vos que ia com as expectativas altas, afinal os anos 90 foram o palco da minha infância e de parte da minha adolescência e, como todos sabemos, essa é uma época da nossa vida que não esquecemos. 

Nos anos 90 não havia preocupação com a alimentação, apareceram novos canais televisivos em Portugal, deu-se um boom de boys e girls bands, foi a época em que o casaco de ganga foi rei, bem como as cores florescentes e o estilo grunge. O Dragon Ball, o Big Show Sic, o Titanic, o anúncio da Telecel, os 6-3 do Benfica ao Sporting, os Tamagotchis que estavam sempre a morrer, os Nirvana, os Pearl Jam, os Oasis, o Super Mario, o Tetris, as VHS, os Walkmans... Quem não se lembra? 

Pois bem, o Revenge of the 90's conduz-nos às profundezas da nossa memória, é uma experiência sensorial, pois leva-nos a sentir, a ver, a ouvir, a saborear e a cheirar novamente os anos 90 e traz-nos coisas que julgávamos para sempre perdidas no tempo, como é o caso das PetaZetas ou dos PegaMonstros. 

E até eu que nem sou de grandes festas e que estava de rastos à hora a que saí do meu local de trabalho, dancei até depois das 05:00h. 

Dancei, saltei, cantei a plenos pulmões, emocionei-me e voltei a sentir-me feliz quando coloquei PetaZetas na boca e elas começaram a saltar descontroladamente. Na sexta-feira à noite e na madrugada de sábado a C.S. voltou a ter 4, 6, 12...anos consoante as músicas que tocavam, as imagens que me mostravam e os brindes que me davam. E foi bom, foi muito bom!...

Eu costumo dizer que sou saudosista, ainda que não viva presa ao passado. Mas é comum ter noção de que há certos momentos que são únicos e que jamais podem ser revisitados. Felizmente, a equipa que leva o Revenge pelo país permitiu-me voltar a viver alguns desses momentos. Estou-lhes grata por isso. 

 

Deixo-vos uma foto com os brindes que nos deram ao longo noite:

Screenshot_20180526-165923_1.jpg

 Ah! Se pensarem em ir a uma festa destas, por favor, entrem no espírito e vistam-se a rigor, foi o que eu fiz e ajudou ainda mais a entrar no ambiente. Infelizmente, em Évora, nem toda a gente pensou da mesma forma e havia gente que parecia ter saído de um batizado. 

 

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