Que sejamos pacíficos, mas não dormentes
Ontem, a propósito do post que escrevi, uma amiga enviou-me mensagem já tarde. E escreveu: "Ninguém se importa. Toda a gente sabe. Toda a gente anda descontente, mas ninguém se importa.". Fiquei a trocar mensagens com ela até tarde e hoje acordei a pensar no assunto.
Realmente não nos importamos? Ou temos sido convencidos de que não adianta levantar a voz porque nada vai mudar?
Ano após anos saem notícias onde se valoriza o facto dos portugueses serem pacíficos. E ainda bem. Gosto de viver num país onde não existem grandes conflitos.
Mas pacífico não é o mesmo que dormente. E nós neste momento estamos letárgicos. E não é mais fácil governar quem não reclama? Não é mais fácil aplicar o dinheiro público erradamente quando não há reação? Não é mais simples deixar cair os pilares de uma sociedade, (Saúde, Educação e Justiça), quando ninguém se parece importar? Não dá mais azo a que haja corrupção quando toda a gente finge que não vê?
A minha grande questão é:
Porque permitimos que tal aconteça?
Existe em Portugal uma descrença enorme na classe política. Da direita à esquerda ninguém nos convence. Eu sei, porque sinto o mesmo. Mas se calhar está na hora de entender que a abstenção, (que não para de aumentar), não é a forma certa de reagir, porque nos tem conduzido aqui. A lugar nenhum. Se calhar está na hora de começarmos a pensar no que poderemos fazer, todos nós, cidadãos deste país que a cada dia afunda mais um pouco, para que algo mude.
Tal como disse ontem, aceitam-se sugestões. Comecemos a debater, a falar mais, a fazer-nos ouvir.