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há mar em mim

11
Nov19

Dançar como se ninguém nos visse

C.S.

Hoje o Miguel Araújo foi às manhãs da rádio Comercial estrear a sua música nova e tentar pôr o país a dançar. Sem vergonha. Sem preconceitos. Sem autocríticas destrutivas. 

Eu gosto muito das músicas do Miguel. As suas letras cheias de conteúdo cativam-me sempre. E esta não foi exceção. Até porque identifico-me imenso com a mensagem da canção. 

Quem me dera poder ir aos anos 90 e mostrá-la à miúda que fui. Dizer-lhe "ouve com atenção, não te julgues tanto, não te acanhes, nem tenhas medo". Podia ser que a miúda não se sentisse um bicho tão raro e solitário durante a adolescência. Ou então não faria diferença nenhuma, que os adolescentes são uma espécie muito difícil de compreender, pior que as mulheres. Nunca saberemos...

Porém, compreendo hoje que uma das enormes vantagens de que o tempo passe por nós é relativizar. Entender que há preocupações muito maiores do que a nossa forma desengonçada de dançar. E por isso não faz sentido deixar de fazer algo que gostamos ou que nos apetece fazer apenas porque temos vergonha ou porque achamos que os outros nos vão julgar. Não! Chega de dizer que não somos capazes, que não temos jeito ou que não é para nós. É, se quisermos. 

Não vamos virar experts, mas seremos pessoas mais divertidas e felizes. 

Crescer é livrarmo-nos das amarras da nossa consciência. E é tão libertador! 

 

Como se ninguém nos visse...

 

 

26
Abr17

Ainda falta libertar algumas mentes

C.S.

Ontem, dia 25 de abril, dia dedicado à Liberdade, eu e o A. aproveitámos para ficar até (muito) tarde na cama, fizemos uma espécie de brunch e namorámos muito (tão bom!). Queríamos ter ido à praia, mas soprava um vento de norte que não era nada convidativo.

Assim, ele decidiu ir dedicar-se à pesca, ao final da tarde, enquanto eu dei um salto ao centro comercial para comprar duas coisas que me faziam falta.

Quando cheguei ao centro comercial dirigi-me à zona de comes e bebes, porque queria um café. Enquanto esperava, passou por mim um casal de mão dada, que passeava por ali, como tantos outros. Nisto, reparo que estão dois senhores, a rondar os 60's, de braços cruzados, a observar o dito casal. Observavam, riam e ia comentando, (não sei o quê, porque não os conseguia ouvir), mas garanto-vos que eles viram tudo o que puderam, porque quando estavam a perder o campo de visão inclinaram-se os dois para a direita, espreitando.

Porque é que estes senhores se comportaram desta forma? Porque o referido casal era constituído por dois rapazes, era um casal homossexual, por isso despertaram tanto interesse naqueles senhores.

E eu dei por mim a pensar: no dia da Liberdade, ainda há muitas mentes por libertar. Quando é que os casais de homossexuais poderão passear tranquilamente sem se sentirem o centro das atenções? Sem que sejam olhados de soslaio? Sem que sejam motivo de comentários?

 (Imagem aqui)

25
Abr17

25 de abril todos os dias

C.S.

Tenho 30 anos. Tenho a sorte de ser mais jovem que o 25 de abril de 1974. E digo que tenho sorte por nunca ter habitado um tempo onde a minha liberdade dependia de terceiros.

Sou grata a quem teve a coragem de enfrentar o que estava imposto, a quem se insurgiu, a quem não baixou os braços, a quem não se acomodou.

Eu, que odeio que me tentem impor seja o que for, sou grata por viver num país que ultrapassou as suas amarras.

Portugal está longe, muito longe, de ser uma país ideal, mas também está a anos luz do pior que este nosso mundo conhece. 

Hoje, dia 25 de abril de 2017, estou feliz por poder escrever livremente, pensar o que quiser e dizer aquilo que me apetece.

Vivo num país onde parece que as pessoas mais integras fogem a sete pés da política, onde parece que quem mais nos envergonha é quem nos representa, contudo, temos liberdade para poder dizê-lo abertamente.

Temos orgulho do nosso país, mas também somos os primeiros a conseguir apontar os seus defeitos e, por isso mesmo, estamos conscientes do quanto nos falta evoluir.

A liberdade que foi conquistada em 1974 necessita de ser trabalhada por cada um de nós, diariamente, porque neste nosso país ainda existe trabalho precário, um salário mínimo que mais parece uma anedota, desigualdades entre homens e mulheres, um fosso gigante entre classes, falta de médicos, a educação é o parente pobre, a burocracia é a atual força que dita os nossos comportamentos, entre tantas outras coisas que estão mal.

Mas, caramba, Portugal evoluiu tanto! E essa evolução começou a 25 de abril de 1974. Não se esqueçam.

(Imagem aqui)

22
Jan17

Um filme que vale a pena ver

C.S.

 Por estes dias vi um filme cujo título é Sold, parece que o filme já é de 2014, mas só agora me deparei com ele. Tenho a sensação que não teve direito a muita publicidade, (mas isto é especulação minha, sem muito fundamento), pelo menos se compararmos com as grandes produções de Hollywood.

Trago-vos esta sugestão porque espelha uma dura realidade, o tráfico de crianças. Não é um filme que se vê de animo leve, mostra o desespero, a dor, a vergonha, a tristeza, mas também a esperança de uma menina de 12 anos que vê a sua realidade mudar da noite para o dia, conhecendo o inferno que este nosso mundo pode ser.

 

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