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há mar em mim

01
Nov22

Isto

C.S.

Um sonho que não se cumpre não é menos importante que um sonho cumprido.

Um sorriso que não é retribuído não deixa de ser um sorriso.

E o que nos queima por dentro não deixa de arder por fingirmos que não existe.

Tal como estas palavras que vos escrevo têm o mesmo valor, quer sejam ficção ou realidade.

E um "que se foda" não tem de ter sempre um alvo.

Ou sim.
Sei lá eu...

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09
Out22

Este tempo fugaz

C.S.

Vivemos num tempo apressado.
As horas sucedem-se e os dias e os meses e os anos. E nós não paramos.
Às vezes penso que nem nos é dado tempo para pensar. (Desculpem-me a redundância.)
Seguimos modas, pessoas, tendências...
Caímos no erro de querer capturar numa imagem todos os momentos e perdemo-nos nessa ânsia de não querer perder nada. Não paramos. Verdadeiramente. Não nos damos tempo para processar, assimilar e formar as nossas próprias opiniões. Parece-me que nos tornámos todos papagaios.
Há assuntos sobre os quais podíamos demorar um ano, ou muitos mais, a encontrar uma resposta. E mesmo assim não conseguir. E estaria tudo certo. Mas esta época não nos permite. Vivemos na era do fugaz. E mesmo sabendo que tudo se apaga não há tempo para refletir sobre nada disto.

O céu do final de tarde (de ontem).

20221008_191213.jpg

26
Set22

Não acredito

C.S.

Não acredito em pessoas que dizem frases como "Eu sempre fui assim e nunca vou mudar.". E sabem porque não acredito? Porque esse tipo de pessoa não existe.

"Nunca" e "sempre" são capazes de ser das palavras mais traiçoeiras que podemos empregar, porque quando menos esperamos elas pregam-nos uma rasteira enorme.

Não, decididamente não acredito neste tipo de pessoa porque, das duas uma, ou mente descaradamente ou engana-se a si própria. E agora que penso bem, ainda é capaz de haver uma terceira opção...

Não acredito em pessoas que não vêem que a vida é feita de curvas, muitas delas traiçoeiras, que só existem para nos fazer derrapar.

Não, não acredito em pessoas que não acreditam que mudamos constantemente e que essa é umas das grandes capacidades do ser humano.

 

20210925_174826.jpg

 

21
Mar21

As palavras no Dia Mundial da Poesia

C.S.

Que jamais se desvalorizem as palavras. 

Porque elas podem ser uma arma. 

Arranham.

Doem.

Queimam.

Matam?

Mas também podem ser tão doces como uma panqueca num domingo de manhã.

Podem abraçar-nos. 

Envolver-nos para sempre.

Transformar-nos. 

Que jamais se desvalorizem as palavras que compõem um poema. 

Elas podem-nos salvar.

As palavras podem-nos salvar.

Se forem certas.

E verdadeiras.

Se ficarem para sempre.

E forem repetidas.

As palavras podem-nos salvar. 

Agarremo-nos a elas.

Salvemos nós as palavras. 

 

C.S.

(Imagem aqui)

07
Nov20

Eternos insatisfeitos

C.S.

Há pessoas que nascem com um propósito. Gente que vem ao mundo quase com o destino traçado. Gente que cresce e nunca hesita, que sabe exatamente o que responder ao clássico "O que queres ser?". 

E há outros que não. Os que vagueiam. Os que acabam a fazer alguma coisa de que até poderão vir a gostar, mas sem nunca se sentirem completamente realizados. Os que têm dúvidas. Dúvidas sempre. Tem aos 14 e continuam com elas aos 18. Os que estranhamente seguirão com dúvidas pelos 20's adentro. Que chegam aos 30's com esperança de que as dúvidas se acabem, quase a desejar que se resignem. Alguns conseguem-no. 

E os que não? Os que avança pelos 30's com uma inquietação constante. Que em vez de diminuir com o tempo parece que se agiganta. 

Em que se tornarão estes eternos insatisfeitos? 

Algum dia se renderão?

Algum dia admitirás?

 

05
Nov20

Que desordem vagueia por aqui

C.S.

Hoje está um espetacular dia de outono. Faz frio, o céu está carregado e as nuvens movem-se com alguma rapidez ao sabor de um vento que vem do mar. 

É mais um daqueles dias que me faz questionar tudo o que me rodeia, numa série de pensamentos que se apoderam de mim mesmo sem serem convidados. Às vezes sinto que tenho tantas coisas para contar que podia colocá-las por escrito e no final teria um livro. Mas imediatamente oprimo esse pensamento.

"Como se tu fosses alguma vez capaz de escrever um livro."

"Como se o que tens para dizer interessasse a alguém."

"Como se tu tivesses coragem."

"Como se as palavras não te falhassem." 

"Como se..."

Ficamos mais introspetivos com a idade? Merda. Merda! Merdaaaaa! 

"Porque não te contentas em ser apenas aquilo que és e ambicionas a algo que não conseguirás proporcionar-te?"

Estou presa? É isso? Estarei presa a mim própria? Ou só ainda não adquiri confiança suficiente para, pelo menos uma vez, acreditar que sim serei capaz, sozinha, por mim e por mais ninguém?

28
Out20

A melancolia do outono

C.S.

É tão belo o outono e tão melancólico.

Deixa-nos entre o fascínio e o desespero.

Adormece-nos a euforia dos dias mais quentes e torna-nos mais introspetivos.

Adoramo-lo. Mas o frio vai-se agarrando à nossa pele. E as folhas vão caindo e lembrando que nada é para sempre. 

É essencialmente poético e, no entanto, não deixa de ser triste, quando as folhas são só um emaranhado de restos pisados e molhados pela chuva que vai caindo. Como os nossos sentimentos. 

Na nossa cabeça escutamos músicas tristes e antigas, talvez até um crepitar de lenha a arder, na tentativa de encontrar algum conforto. 

A brutalidade do outono atinge-nos sempre, pelo seu esplendor. Pela sua mutação. Pela lembrança de que estamos mais perto de cair também. 

Mas a primavera sempre chega. 

(Imagem aqui)

14
Jan20

Agora sim

C.S.

Tenho tanto para vos contar e tão pouco tempo.

O mundo explode à nossa volta. Em tarefas e contratempos.

Queria libertar-me das amarras, mas elas teimam em prender-me.

Queria poder ter a liberdade para fazer somente o que me apetecer.

Sonho infantil. 

Ilusão amarga.

Cresce que já é hora.

Baixa os braços. Curva-te.

És nossa agora.

Não vais. Não irás.

Que não te deixam. 

Não te iludas. 

Fica. Senta.

Linda menina. 

Agora obedece. 

Faz como te mandam.

Não te sintas vencida.

Não sintas de todo. 

Existe, simplesmente. 

Agora sim. Agora sim estás onde te queremos.

Agora sim, acabaram-se os devaneios.

Agora sim. 

(Imagem aqui)

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