A ideia que não larga
Em janeiro fiquei doente. Nada de especial. Uma constipação. Fui ao médico porque tenho de ter cuidado quando fico com tosse, uma vez que já tive pneumonia e uma lesão num pulmão. Fiz a medicação e a coisa foi passando. Mas volta e meia lá vinha a dor de garganta, o pingo. Mal-estar no trabalho, que exige constantemente que fale. Uma moinha no ouvido. Andei assim o mês de janeiro e parte de fevereiro.
Não estava propriamente doente, mas também não me sentia a 100%. Voltei ao médico. Uma inflamação chatinha e o sistema imunitário em baixo. Quatro dias de atestado médico em casa, para recuperar, para descansar. Uma pausa inoportuna mas necessária.
É o que estou a fazer.
Mas...
O que é que acontece?
É uma história que se repete, na verdade.
Sempre que estou em casa, de férias ou por estar doente, há uma ideia que me persegue. Persegue é a palavra certa, porque ela parece que está hibernada, escondida quando eu ando embrenhada na rotina dos meus dias, mas basta que a rotina abrande e ela atinge-me. Sempre certeira. Ora de forma mais abrupta, ora de mansinho, às vezes até parece que através de sinais. E eu fico sempre meio perdida. Meio atrapalhada. Meio sem saber o que fazer.
A ideia é esta: o trabalho que estás a fazer não é para sempre. Pelo menos não é o que te realizará completamente.
E é isto.
Ano após ano.
A puta da ideia não me larga. Dá-me um intervalo, mas parece que está colada a mim.
(Imagem aqui)