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há mar em mim

21
Mar21

As palavras no Dia Mundial da Poesia

C.S.

Que jamais se desvalorizem as palavras. 

Porque elas podem ser uma arma. 

Arranham.

Doem.

Queimam.

Matam?

Mas também podem ser tão doces como uma panqueca num domingo de manhã.

Podem abraçar-nos. 

Envolver-nos para sempre.

Transformar-nos. 

Que jamais se desvalorizem as palavras que compõem um poema. 

Elas podem-nos salvar.

As palavras podem-nos salvar.

Se forem certas.

E verdadeiras.

Se ficarem para sempre.

E forem repetidas.

As palavras podem-nos salvar. 

Agarremo-nos a elas.

Salvemos nós as palavras. 

 

C.S.

(Imagem aqui)

14
Jan20

Agora sim

C.S.

Tenho tanto para vos contar e tão pouco tempo.

O mundo explode à nossa volta. Em tarefas e contratempos.

Queria libertar-me das amarras, mas elas teimam em prender-me.

Queria poder ter a liberdade para fazer somente o que me apetecer.

Sonho infantil. 

Ilusão amarga.

Cresce que já é hora.

Baixa os braços. Curva-te.

És nossa agora.

Não vais. Não irás.

Que não te deixam. 

Não te iludas. 

Fica. Senta.

Linda menina. 

Agora obedece. 

Faz como te mandam.

Não te sintas vencida.

Não sintas de todo. 

Existe, simplesmente. 

Agora sim. Agora sim estás onde te queremos.

Agora sim, acabaram-se os devaneios.

Agora sim. 

(Imagem aqui)

17
Jan19

Ajudem-me, estou viciada nesta!

C.S.

Já ouviram esta nova música do António Zambujo? É linda.

Atentai, minha gente!

O curioso é que, quando a ouvi com ouvidos de ouvir, disse para o A.: "Esta letra... Esta letra foi escrita pelo Miguel Araújo!" e com uma rápida pesquisa no Google o meu palpite tornou-se certeza. Que grande dupla que eles são! Adoro!

 

E adoro especialmente estes versos:

Amadeu desanimou

Um dia quis ver o céu

Benzeu-se com o chapéu 

E voou.

 

Isto é poesia. Quem me dera escrever assim, é o que vos digo, meus amigos...

 

16
Jan19

Sabes lá tu o que é ser eu!

C.S.

E tu sabes lá!...

Sabes lá o que é andar sempre à pressa, 

ter a cabeça a prémio só por existir. 

Tu sabes lá!...

O que é chegar a casa já de noite,

não ter tempo para mais nada que não seja subsistir. 

E tu sabes lá!...

As horas que passo acordado,

a pensar, desesperado, numa forma de escapulir. 

Tu sabes lá!...

Não sabes o que farias se fosses eu. 

Não sabes minimamente o que me corroeu. 

Tu não sabes. 

Não sabes o que é entregar o coração diariamente.

Não sabes o que é viver doente.

Não sabes que te amo desesperadamente. 

Não sabes que o meu amor sempre te pertenceu.

Tu não sabes.

Simplesmente não sabes.

Sabes lá tu o que é ser eu!

(Imagem aqui)

16
Jan18

Quando as palavras se ausentam

C.S.

Não me tem apetecido escrever...

As palavras têm-me fugido. Têm deixado de ser.

Não se materializam. Nem no papel. Nem no ecrã. 

As palavras têm ficado por nascer. 

Fogem-me e eu não tenho corrido atrás. 

Esfumam-se e eu tenho ficado a ver.

Na inércia de escrever, deixo os dias correr.

 

A vida avança. Sem escrita.

Dias que não são contados. 

Personagens que não são falados. 

Faltam-me as palavras.

Sem prosa ou poesia. 

Sem drama. 

As palavras pela rama.

Sem prefixos ou sufixos. Nada pelo meio. 

 

Não me tem apetecido escrever...

Mas outro dia há de nascer.

P_20180115_173630.jpg

(Tirei esta foto ontem. O pôr-do-sol não estava um espanto?)

 

 

 

 

27
Jan17

O mundo doente

C.S.

O mundo doente.

Demente.

Frio, rasgado.

O mundo solitário.

Temerário.

Abandonado, desgastado.

O mundo sofre.

Em silêncio. Sangra.

E eles vão rindo.

Vão delirando.

Vão gostando.

O mundo que já não foge.

Que eclode.

Vingativo.

O mundo que acaba.

Não hoje.

Primeiro eles.

O mundo que ri, tímido.

Depois...

Rancoroso.

Amargo.

O mundo que engole

Quem o cuspiu.

 

 

saude-escuro.jpg

 

(Depois de ler algumas notícias de hoje e sabendo que hoje se assinala o dia em memória das vítimas do Holocausto, não consigo mais que isto.)

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