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há mar em mim

21
Jan20

O amor está nos detalhes

C.S.

O tempo voa. Não tarda fará 5 anos que me casei. 5. A mim ainda me parece que foi ontem que fui escolher o vestido. Por outro lado, assim que sou invadida por este pensamento, os meus botões dizem-me imediatamente: A sério? Ontem? Parece que foi há uma eternidade. 

É engraçado o tempo. A noção que temos dele. Brinca connosco, faz de nós gato-sapato. 

A verdade é que comecei a namorar com o meu marido tinha 21 anos, eu, ele tinha 23. Casei aos 28. E agora já vou com 33. Vivemos juntos há 7. 

A nossa vida traduzida em números. Mas não é nos números que reside a fórmula para isto durar. É nos gestos de ternura. Na sensação de namoro que se mantém. É no bilhete que ele me deixa escrito em cima da mesa da cozinha quando sai para trabalhar mais cedo. É no bolo preferido dele, que lhe compro às vezes, para o surpreender. É nos planos de viagem que fazemos em conjunto. É no entrelaçar dos pés, debaixo da manta do sofá, enquanto vemos as nossas séries. É nos jantares que fazemos fora. É nas mensagens que vamos enviando ao longo do dia. É no olharmos um para o outro antes de adormecer. E, às vezes, também é nas discussões, que rapidamente atiramos para trás das costas. 

O amor está todo nos detalhes. No dia a dia a dois. No cuidar. No querer. Querer muito a outra pessoa e querer muito que o casamento dure, porque enquanto quisermos faremos o que for preciso para o alimentar. E como veem, às vezes, tudo o que é preciso é vermo-nos antes de adormecer. 

(imagem aqui)

07
Jan19

#1 Traçados dos dias

C.S.

Este ano letivo, não o civil, ando com pouco tempo para o blog. Tenho muitas turmas, cerca de 160 alunos. Estou a trabalhar a alguns km de casa. É muito. É exigente. E deixa-me pouca margem.

É esta a minha realidade e decidi não a negar mais. Assim, nasceu em mim a ideia de vir cá deixar posts mais pequenos. Isto porque não quero encerrar o blog. O há mar em mim está quase a fazer 2 anos e não estou pronta para me despedir dele.

Surge, assim, uma espécie de rubrica de ideias soltas. Uma forma de eu poder escrever rapidamente, num intervalo, até mesmo através smartphone (tivesse eu o samsung galaxy note 9, com aquela canetinha e logo viam...). Vão ser traçados dos dias. Dos meus dias. Para vocês. 

 

(Imagem aqui)

08
Set17

Há problemas que, mais cedo ou mais tarde, temos de admitir

C.S.

Todos os anos, nesta altura do ano (mais dia, menos dia) deparo-me com o mesmo problema. Tem sido recorrente e não tenho nenhuma explicação lógica para ele. Nem a minha mãe já tem paciência para me ajudar a resolvê-lo...

Talvez seja chegada a altura de admiti-lo. Pode ser que marque um momento de viragem na minha vida...

 

Vamos lá... Até porque um blog também serve para exorcizar fantasmas.

 

A cada ano, ao cumprir o ritual de apresentação numa nova escola reúno os documentos necessários para levar comigo, indispensáveis para que me aceitem no lugar para o qual fui selecionada.

 

Todos os anos tenho o mesmo problema: onde está o boletim de vacinas?

 

(Imagem aqui)

E aqui começa o meu inferno...

Procuro por toda a casa, abro tudo o que é gaveta mais do que uma vez, vejo nos sítios mais improváveis, peço ajuda ao A., que ignora o meu pedido de socorro e diz: "mas todos os anos é a mesma coisa!", dou outra volta à casa, digo rezas e imploro para que ele apareça... Nada!!! Zero!!! Nunca o encontro!!!

Chego ao ponto da minha cabeça começar a inventar realidades alternativas, nas quais tenho a certeza do local onde possa estar. Animo-me. Desta é que vai ser... Vou até lá e...nada!

Não me resta outra hipótese...

Agarro no telemóvel, procuro-a e...

- Mãe, não sei do boletim de vacinas. Se calhar ainda está por aí.

(Importante acrescentar que eu tenho 30 anos e há 7 que já não vivo em casa dos meus pais.)

- C.S., mas é todos os anos a mesma coisa? Todos os anos? Claro que não está cá em casa, há quanto tempo é que já o levaste?

- E agora?

- Agora desenrasca-te, no centro de saúde (em Évora) já me devem conhecer por ir pedir declarações por causa das vacinas. Vai aí (no Algarve), porque já têm o teu registo, o ano passado disse-lhes que tinham de enviar as informações para aí.

(Imagem aqui)

 

Fui ao centro de saúde, ontem de manhã, antes de ir para a escola. Esperei. Pedi a declaração. Não me encontravam. Medo. Ah!...afinal sim...

- Aqui tem, até tem duas, porque eu mandei imprimir duas vezes por engano. E o plano mudou, a vacina do tétano agora é de 20 em 20 anos.

 

Agradeço muito. Vou para a escola e apresento orgulhosa o meu registo impecável de vacinação. E a senhora da secretaria:

- Ah!...isso este ano não faz falta.

(Imagem aqui)

 

De resto, correu tudo bem. Boas primeiras impressões. Duas reuniões e mãos à obra.

Para o ano há mais...

 

Quero enviar-vos um grande beijinho e desejar-vos uma ótima sexta-feira. Obrigada por todas as mensagens de apoio.

24
Mai17

Sinto-me de rastos!

C.S.

Esta é a mais pura verdade.

Tenho trabalhado muito. Demasiado. Mais horas do que devia e sinto-me de rastos. Não tenho dormido um sono de qualidade e acordo cansada.

Nesta fase sinto que não vivo, sobrevivo e o que eu gosto mesmo é de viver.

Sinto que preciso de férias urgentemente. O problema é que o urgente ainda vai ter de esperar mais de um par de meses.

 

(Imagem aqui)

 

Desabafos à parte, desejo-vos uma ótima quarta feira e espero que se encontrem em melhor estado que eu.

 

05
Mar17

3. Coisinhas que me irritam

C.S.

Já faz algum tempo que não partilho convosco estas coisinhas que me tiram do sério, mas digo-vos já que a de hoje é capaz de ocupar um lugar no topo da lista.

Imaginem que estão na fila do supermercado, não é difícil imaginar, pois não? Tal a quantidade de vezes que nos temos de arrastar até estes espaços que sugam os nossos euros. Mas adiante, estão na enorme fila do supermercado e vocês encontram-se naquela posição em que serão os próximos a colocar os produtos que querem adequirir no tapete rolante, já ali estão há um bom bocado, já olharam para o relógio, para o telemóvel, para a direita e para a esquerda, como se estes gestos fizessem o tempo andar mais rápido. Eis senão quando ouvem o seguinte: "pela ordem de fila podem passar à caixa três" e depois é tudo uma questão de segundos, apercebem-se que a caixa três é a que está mesmo ao vosso lado, pensam que como ainda não colocaram nada no tapete é muito fácil irem para lá, quando dão por vocês já estão em andamento, mas aí, já os três chicos espertos do fundo da fila estão alegremente a colocar as coisinhas no tapete rolante da caixa três e, até, a despachada da operadora de caixa já está a fazer o seu trabalho.

E aí vocês pensam que só vos apetecia começar aos gritos, fazer uma cena tão grande que a vossa cara ficaria vermelha de raiva e todos iam ouvir a vossa completamente justificável irritação, mas não o fazem, odeiam cenas, portanto, encolhem os braços, respiram fundo, tentam afastar o sentimento de desprezo que estão a sentir por vocês próprios e olham para o relógio, para o telemóvel, para a direita e para a esquerda...

 

 

 

16
Fev17

Cenas tristes do quotidiano

C.S.

Todos os dias, para poder ir trabalhar, passo na mesma estrada. É considerada uma das piores e mais problemáticas do país (iupi!!!) e eu não tenho alternativa. Ou melhor, tenho, mas custa os olhos da cara. E eu prezo os meus olhos.

E todos os dias são mais de 100km para ir trabalhar. Ao preço a que estão os combustíveis todos compreenderão a minha dor. Mas enfim. Bola para a frente... Porque para a frente é que é o caminho e eu nunca posso chegar atrasada, não me perdoariam.

 

Nesta estrada movimentada e caótica existe um troço que costuma estar povoado, não só de carros, mas também de senhoras, entre três a quatro em menos de 1km.

Eu sou super distraída no que toca a alguns assuntos e só passada uma dúzia de vezes de fazer o bendito percurso é que comecei a ver que por ali haviam sempre senhoras. Achei, nos primeiros dias, que estariam à espera de alguém e depois achei que estavam a pedir boleia e depois fez-se luz, elas até têm cadeiras para esperarem sentadas e estão sempre de mini saias ou de mini vestidos. Mesmo quando o termómetro do meu carro marca -1ºC.

 

Já perceberam? Já perceberam o que fazem estas senhoras para ganhar a vida? Caramba, vocês são mesmo mais atentos que eu.

Mas agora, chegados a este ponto, estão vocês a pensar: "C.S., demoraste tanto tempo a perceber?". Sim, demorei, sou um bocado despistada, o que é que querem?!

E agora pensam: "Mas porque está ela a divagar neste assunto?!". Calma, explico já.

Porque num destes dias, lá ia eu no meu difícil percurso, quando reparei que por lá se encontrava um carro (familiar) "a fazer negócio" e tinha um daqueles autocolantes que dizem: "Bebé a bordo". E eu sustive a respiração. Abanei a cabeça para não pensar no assunto. Mas não consegui não pensar no bebé que normalmente anda naquele carro e que é agarrado e beijado por aquele senhor que estava interessado numa senhora que ganha a vida à beira da estrada a prostituir-se.

 

Não sei o que vocês acham, mas eu acho triste. Acho que todos estes protagonistas da vida real tem uma história triste, cheia de um nevoeiro denso, daqueles que demora dias e dias e dias a desaparecer.

 

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