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há mar em mim

08
Jan20

3 coisas sobre as quais vos queria ter falado em 2019

C.S.

 

1. Viagem a Marraquexe

Fui a Marraquexe em abril e nunca vos falei convenientemente dessa viagem. É uma cidade que aconselho a todos, sobretudo, aqueles que, tal como acontecia comigo, ainda não tenham saído da Europa. É um destino que está aqui tão próximo, mas que culturalmente é tão diferente do nosso. 

Marraquexe é cor, é calor, é confusão, mas também tranquilidade. Encontramos um contraste muito grande entre as ruas cheias de comércio e gente e os jardins, que parecem retiros. 

 

Há coisas que vi em Marraquexe e que jamais esquecerei: as cores; a diversidade cultural das pessoas que por lá passeiam; o trânsito meio caótico; o sumo de laranja; uma bicicleta carregada de cabeças de carneiro a pingarem sangue; um grupo de senhoras a almoçar de cócoras no meio da rua (comiam à mão os seus couscous); um mercado de frutas e legumes às portas da Medina onde a fruta cheirava deliciosamente; as chamadas para a oração (que se ouvem por toda a cidade); a Jemaa el Fna, onde me senti desconfortável com as cobras e os macacos acorrentados, e por onde, provavelmente, terei passeado menos do que deveria; as compras, Marraquexe é uma cidade onde apetece gastar dinheiro e onde querem muito que vocês gastem dinheiro e, por isso, é preciso cuidado, sob pena de regressarem com muito mais do que aquilo que haviam planeado. 

Se vale a pena? Vale. Muito. 

 

2. O final de Game of Thrones

Game of Thrones continua a ser, para mim, a melhor série. Posto isto, devo dizer-vos que vivi a última temporada de forma muito intensa. Vi os seis episódios finais à hora que estreavam, ou seja, nas madrugadas de segunda, entre abril e maio. Se isto não é amor, não sei o que será, até porque segunda, às 9h, eu já tinha de estar numa sala de aulas a pregar às criancinhas. 

Voltava a ver o episódio na segunda à noite, mais calma. Todos os episódios tiveram coisas de que gostei e o segundo foi mesmo o meu preferido, acho que nesse não mexia em nada.

Durante os seis episódios, emocionei-me, temi pela vida dos meus personagens preferidos, assustei-me e surpreendi-me e, no entanto, a 8ª temporada de Game of Thrones foi uma desilusão. Porque era uma grande história e uma história assim precisa de ser tratada com cuidado no final, não deveria ter incongruências, nem mesmo copos. Entristece-me, de certa forma, que a melhor série de todas tenha terminado de forma tão cinzenta, com tanta crítica negativa. E mesmo isso demonstrou a dimensão que esta história ganhou, se fosse apenas mais uma não teria gerado a onda de críticas de que foi alvo. 

Eu custei a superar o fim, confesso. Não assinei nenhuma petição - a ideia pareceu-me bastante parva - mas andei uns meses em que não vi nada em concreto, parecia que estava ali um vazio. Provavelmente vocês também o sentiram... Não? Digam-me que sim, por favor. 

Para quem se sentir nostálgico, fica aqui um vídeo. 

 

3. O concerto de Ed Sheeran na Luz

No dia 1 de junho de 2019 eu estive na Luz com a minha irmã. Cantámos e dançámos muito. Fomos felizes. Assim que entrámos no estádio rapidamente esquecemos que escolhemos a pior porta para entrar, que esperámos mais de uma hora e meia, sob um sol abrasador, sem ser possível movermo-nos para a frente ou para trás, enquanto noutros pontos as pessoas entravam sem qualquer tipo de problema. 

Lembro-me que Ed Sheeran começou o concerto obedecendo à sua pontualidade britânica e sozinho, com a sua guitarra, conseguiu deslumbrar cerca de 60000 pessoas. Foi extraordinário. 

A tour Divide teve o poder de multiplicar a alegria de todos os que foram a este concerto. Sem dúvida, uma noite para recordar.

(Deixo-vos duas fotos que tirei com o meu telemóvel, não tenho muitas, porque eu prefiro passar os concertos a vivê-los realmente e não a gravá-los.)

 

 

 

 

14
Jan19

Sex Education | A nova série da Netflix que têm de ver

C.S.

No fim-de-semana fiz o trabalho por vocês e servi de cobaia. É verdade. Eu sou assim uma altruísta nata. (Hahaha...)

Entre os afazeres que não podiam ser adiados lá arranjei tempo para ver os 8 episódios da nova série da Netflix, Sex Education, e só me desiludi quando vi que tinha chagado ao final dos conteúdos disponíveis. 

 

Sex Education traz-nos a história de Otis (Asa Butterfield), um adolescente, filho de pais divorciados, cuja mãe (Gillian Anderson) é terapeuta de educação sexual, facto que conferiu a Otis uma série de conhecimentos teóricos, adquiridos ao longo dos anos pelo tipo de educação que a mãe lhe transmitiu, mas também pelas escutas que fez, uma vez que a mãe tem o consultório na sua prórpia casa. Contudo, Otis está longe, muito longe de conseguir colocar em prática os seus conhecimentos, pelo menos no que à sua vida sexual diz respeito, porque na escola a conversa é outra. Incentivado por uma colega do Liceu de Moordale, por quem se apaixona, Otis começa a fazer terapia aos seus colegas. E há imensos necessitados, como devem imaginar, e com as mais variadas problemáticas, que vão desde a falta de autoestima à chantagem com recurso a uma foto (da vagina de uma aluna), ou não se tratasse de um liceu repleto de adolescentes com as hormonas a fervilhar.

 

Sex Education é uma comédia dramática que vai quebrando algumas barreiras, abordando a questão do sexo de forma brilhante, porque nunca se torna vulgar. Nesta série vemos os personagens crescerem a cada episódio e não só a nível emocional. Não tenham dúvidas, somos brindados com excelentes interpretações.

 

Os meus personagens preferidos são Otis, a sua, algo excentrica, mãe e Eric (Ncuti Gatwa), que é gay e é o melhor amigo de Otis. Aliás, o tema da homossexualidade é muito bem trabalhado nesta série. Adoro uma cena entre Otis e Eric no Baile de Finalistas. 

 

Resta-me remeter-vos para o trailer e dizer-vos que se apressem a ver para podermos trocar ideias. 

 

14
Nov18

Coisas em que acreditávamos na infância

C.S.

Bom dia!...

Como estão? 

Hoje, nas Manhãs da Rádio Comercial, estavam a pedir para recordar coisas em que acreditávamos em crianças, aquelas coisas que só a inocência dos primeiros anos nos leva a acreditar, e eu fiquei com vontade de vir aqui partilhar este tema convosco. 

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(Imagem aqui)

Cá vai...

Quando eu era criança acreditava que se o ecrã da TV se partisse do outro lado estariam as pessoas a representar aquilo que era transmitido. (Ahahahah...) 

 

Também acreditava no Pai Natal, acreditei até que o professor de E.M.R.C. (vulgo moral), na escola primária, decidiu acabar com a minha fantasia e de uma forma algo cruel. Mas sabem que mais? Não resultou como ele queria. De certa forma, continuo a acreditar no Pai Natal, na magia desta quadra que, para mim, é a mais especial das festas, pois é a que aproxima as pessoas e aquece os corações. 

 

Acreditei também na Cuca, uma espécie de Bicho Papão que a minha mãe inventou. Não fiquei traumatizada com a Cuca, até porque não me lembro de me aterrorizarem com esta figura, mas sei que às vezes se fazia referência a ela. Na minha cabeça era uma velha malvada que levava as crianças que se comportavam mal. 

 

A minha irmã, que é mais nova que eu, acreditava que, quando a TV era a preto e branco, as pessoas, no mundo real, também se viam a preto e branco. Quando ela me disse isto foi uma delícia. O que eu ri... 

 

E vocês? Tiveram crenças engraçadas? 

Partilhem comigo a vossa inocência. 

Boa quarta-feira!

30
Mar17

O meu cabelo e as aventuras que ele já me proporcionou

C.S.

Esta semana a Chic'Ana escreveu um post sobre uma aventura que teve no cabeleireiro. E eu, que gosto sempre de ler as suas histórias, adorei e lembrei-me imediatamente de uma história bem, bem antiga que me aconteceu e que hoje me dá vontade de rir, mas na altura foi uma verdadeira descida aos infernos.

Fiquei com vontade de partilhá-la convosco. Mas primeiro precisam de uma ligeira contextualização para entenderam bem o drama do qual vos vou falar.

Vamos fazer um exercício, olhem bem para estas duas fotos abaixo.

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(Imagem aqui)

 

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 (Imagem aqui)

 

Já o fizeram? Ok. Digamos que o meu cabelo será algo parecido a estes que aqui vos apresento, um intermédio dos dois.

O meu cabelo sempre foi a minha imagem de marca, digamos assim. Não o digo com vaidade, digo-vos porque graças a ele é muito fácil ser reconhecida e qualquer pessoa que fale comigo tem mais facilidade em se lembrar de mim da próxima vez que nos cruzarmos.

Para que entendam, uma vez fui ver o Benfica ao estádio da Luz (ainda era o antigo) e, ao que parece, durante o intervalo apareci por breves segundos na bancada, pois no outro dia toda a gente me dizia que me tinha visto, que o meu cabelo era inconfundível.

Avancemos. Ou melhor, recuemos, que nesta história aqui a C.S. deveria ter uns 7 aninhos.

 

7 anos. A C.S. vai ao cabeleireiro com a mãe, num género de tarde só de raparigas, onde só a minha mãe teve direito a lavar, cortar e pentear os seus cabelos e a C.S., como menina bem comportada que era, observava aquilo tudo e ia folheando revistas de penteados e cortes, tão habituais nestes estabelecimentos. Não havia uma única pessoa naquelas revistas que tivesse cabelo encaracolado. Mas eu comentei nada.

Despachada a mãe e vendo que ela já se encaminhava para o pagamento pedi-lhe, (pois também eu queria aquele tratamento a que nunca tinha tido direito, já que quem me cortava os meus caracolitos era a mãe em casa), pedi-lhe, baixinho, que me deixasse fazer, nada mais nada menos, que uma franja. Sim, leram bem, franja. Parece que se usava, toda a gente ostentava uma e as revistas que tinha passado a tarde a ver também estavam recheadas delas. Portanto, era mesmo, mesmo, mesmo isso que eu queria. A minha mãe riu-se, ela que tinha o cabelo liso (os caracóis vêm da família paterna) lá me explicou que uma franja não era indicado para o meu cabelo, que ela nunca me iria cobrir a testa e ficar lisinha como aquelas que eu vira, etc., etc., etc.

Tudo desculpas, pensava eu. E aí, eu que não era muito de pedir coisas, parece que usei todo o meu poder de argumentação, que é como quem diz, chateei tanto a minha mãe que às tantas ela disse algo do género: "Seja feito à sua vontade". E eu feliz. E a cabeleireira a torcer o nariz. E eu radiante. E a cabeleireira a imaginar mais dinheiro a entrar na caixa. E pumba, pumba, pumba...caracolinhos no chão, a C.S. ganhou uma franja.

Ansiedade, chegara a hora de ver o meu maravilhoso novo penteado e...O QUE É ISTO? ISTO NÃO FOI O QUE EU PEDI! OH MÃEEEEEEEE...

Escusado será dizer que o meu cabelo, que seca muito rápido num instante, encolheu. Resultado: a C.S. queria uma franja e ganhou um tufo na testa. E chorou, chorou, chorou...que queria o cabelo de volta, que voltassem a colar, que não sabia que ia ficar assim...

E a mãe: "agora já sabes, para a próxima não me chateias e fazes o que eu digo...". E lá fui eu para casa, num desgosto profundo e morta de vergonha a perguntar quanto tempo o cabelo ia demorar a crescer.

Ficamos por aqui, sim? Penso que será humilhação suficiente. Outro dia conto-vos outras histórias (não tão terríveis) em torno do meu cabelo.  

 

 

18
Fev17

As memórias

C.S.

Não sei como vocês são. Sei que há pessoas que não são minimamente apegadas aos objetos. Já eu, tenho de vos confessar que tenho coisas que guardei com muito carinho só porque me lembram momentos em que fui feliz, de alguma forma.

Mas a verdade é que não podemos guardar tudo, a menos que vivamos num palacete, por uma questão de espaço, chegam alturas em que temos de fazer uma limpeza geral.

Eu demoro a fazer estas limpezas, porque pego nos objetos, toco-lhes e deixo que me avivem as memórias. Sorrio. Penso em como a minha vida já foi preenchida. No que fiz, no que não passou de planeamento, no que ainda quero fazer.

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(Imagem aqui)

31
Jan17

Pedaços da infância

C.S.

Quando eu era pequenina não haviam muitos livros em minha casa, a explicação é simples, os meus pais nunca foram muito dados à leitura. Lembro-me da minha mãe me comprar uns livros de histórias, da Disney, que mandou vir do Círculo de Leitores, e lembro-me de folhear os livros e adorá-los. Vi-os e li-os muitas vezes, tinha muito cuidado com eles, como aliás tinha com todos os meus brinquedos. Estes livros teriam durado até aos dias de hoje e eu ainda os teria, certamente, se a minha irmã (mais nova) fosse cuidadosa como eu, mas não era, nunca foi. E eu um dia cheguei da escola e vi os meus preciosos livros todos riscados e rasgados. Doeu. Gostava muito deles.

Penso que me encontrei novamente com os livros e com a leitura, com o mesmo entusiasmo e vontade de saber sempre mais sobre o enredo, quando fui para o 5.º ano e a culpada desse facto, não tenho qualquer dúvida, foi a minha querida professora de português, M.J.R.

Tenho a certeza que passei a adorar a língua portuguesa, a leitura e a escrita por causa dela, que nos ensinava e incentivava diariamente. Também transparecia nela uma enorme paixão pela literatura. E foi ela que me desafiou a visitar a biblioteca da escola, a ir buscar livros para ler, para ganhar vocabulário e ir melhorando alguns erros ortográficos que eu teimava em dar.

Aquela biblioteca tornou-se a minha segunda casa, pois eu passava todo o dia na escola e se não estava nas aulas, estava na biblioteca. Li toda a coleção de livros de Uma aventura e a partir daí fui lendo cada vez mais.

A professora M.J.R. foi minha professora até ao 8.º ano e minha diretora de turma também. Gostava de ter oportunidade de voltar a falar com ela, de agradecer-lhe e explicar-lhe a importância que teve na minha vida. Outro dia a minha mãe encontrou-a no supermercado e diz que ela me mandou um beijinho. Achei extraordinário que ela ainda se lembrasse de mim e da minha mãe. Há pessoas que nos marcam e não sabem que o fazem.

Agora fiquei com vontade de contactá-la, talvez ligue para escola e tente saber se ela ainda está por lá.

10-livros-que-podem-te-ajudar-a-ficar-rico-em-2016

 

 

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