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há mar em mim

15
Mai18

A mim acontecem-me coisas insólitas

C.S.

Andava eu na sempre entusiasmante tarefa de fazer compras no supermercado, mais precisamente no corredor onde estão as massas e azeites, num daqueles dias em que andava em piloto automático (o corpo estava lá, mas a cabeça andava sabe-se lá por onde...), quando alguém me abana o braço e diz: 

- Desculpe. Olhe, desculpe. 

E eu virei-me. Pestanejei. E percebi finalmente que aquela pessoa que eu estava a ouvir ao fundo, bem ao fundo, a chamar alguém insistentemente, estava, afinal, a tentar chamar a minha atenção. 

- Sim? - digo eu como se tivesse acabado de chegar de Marte. 

- Desculpe. Queria fazer-lhe uma pergunta. - afirma a minha interlocutora, pessoa que eu nunca tinha visto na vida e que, pela indumentária que envergava, estava a publicitar algum produto no supermercado. 

- Diga. - tentei encorajá-la eu atabalhoadamente. 

- É que tenho uma sobrinha. Na Ucrânia, tenho uma sobrinha parecida consigo. - começa ela. 

E eu penso: "está isto bonito, o que quererá a criatura? Um abraço?!", mas o que disse foi um monossílabo:

- Sim?

- Ela é parecida consigo. - repetiu enquanto começava a olhar para as minhas pernas, com ar de quem me estava a tirar as medidas. 

E eu sem perceber nada. Olho em volta e tudo parece normal, só o que estava a acontecer diante dos meus olhos era estranho. E a senhora prosseguiu:

- A minha sobrinha tem o corpo parecido com o seu. - apontou para mim - E eu queria ajudá-la. 

Nesta altura acho que a minha boca abriu-se e fechou-se umas quantas vezes, mas não saiu qualquer som. Portanto, a criatura continuou:

- Ela também é assim gordinha e não consegue arranjar calças. Pode-me dizer onde compra as suas calças?

Podia-me ter dado para rir. Ou podia ter dito à senhora para ir plantar batatas, mas eu achei aquilo tudo tão insólito que balbuciei:

- Salsa. Compro-as na Salsa. 

- NA SALSA?! MAS ISSO É MUITO CARO!!! - quase gritou a senhora. 

E eu envergonhada. E eu a querer fugir. E eu com uma paciência de santa:

- Pois, são caras, mas são boas. Mas às vezes a Promod também tem uma outra de jeito. 

E comecei a afastar-me, questionando-me se aquilo tinha mesmo acontecido. 

Não me lembrei de lhe dizer: "vá ao meu blog, tenho lá um artigo dedicado às calças que uso". 

 

(Imagem aqui)

08
Set17

Há problemas que, mais cedo ou mais tarde, temos de admitir

C.S.

Todos os anos, nesta altura do ano (mais dia, menos dia) deparo-me com o mesmo problema. Tem sido recorrente e não tenho nenhuma explicação lógica para ele. Nem a minha mãe já tem paciência para me ajudar a resolvê-lo...

Talvez seja chegada a altura de admiti-lo. Pode ser que marque um momento de viragem na minha vida...

 

Vamos lá... Até porque um blog também serve para exorcizar fantasmas.

 

A cada ano, ao cumprir o ritual de apresentação numa nova escola reúno os documentos necessários para levar comigo, indispensáveis para que me aceitem no lugar para o qual fui selecionada.

 

Todos os anos tenho o mesmo problema: onde está o boletim de vacinas?

 

(Imagem aqui)

E aqui começa o meu inferno...

Procuro por toda a casa, abro tudo o que é gaveta mais do que uma vez, vejo nos sítios mais improváveis, peço ajuda ao A., que ignora o meu pedido de socorro e diz: "mas todos os anos é a mesma coisa!", dou outra volta à casa, digo rezas e imploro para que ele apareça... Nada!!! Zero!!! Nunca o encontro!!!

Chego ao ponto da minha cabeça começar a inventar realidades alternativas, nas quais tenho a certeza do local onde possa estar. Animo-me. Desta é que vai ser... Vou até lá e...nada!

Não me resta outra hipótese...

Agarro no telemóvel, procuro-a e...

- Mãe, não sei do boletim de vacinas. Se calhar ainda está por aí.

(Importante acrescentar que eu tenho 30 anos e há 7 que já não vivo em casa dos meus pais.)

- C.S., mas é todos os anos a mesma coisa? Todos os anos? Claro que não está cá em casa, há quanto tempo é que já o levaste?

- E agora?

- Agora desenrasca-te, no centro de saúde (em Évora) já me devem conhecer por ir pedir declarações por causa das vacinas. Vai aí (no Algarve), porque já têm o teu registo, o ano passado disse-lhes que tinham de enviar as informações para aí.

(Imagem aqui)

 

Fui ao centro de saúde, ontem de manhã, antes de ir para a escola. Esperei. Pedi a declaração. Não me encontravam. Medo. Ah!...afinal sim...

- Aqui tem, até tem duas, porque eu mandei imprimir duas vezes por engano. E o plano mudou, a vacina do tétano agora é de 20 em 20 anos.

 

Agradeço muito. Vou para a escola e apresento orgulhosa o meu registo impecável de vacinação. E a senhora da secretaria:

- Ah!...isso este ano não faz falta.

(Imagem aqui)

 

De resto, correu tudo bem. Boas primeiras impressões. Duas reuniões e mãos à obra.

Para o ano há mais...

 

Quero enviar-vos um grande beijinho e desejar-vos uma ótima sexta-feira. Obrigada por todas as mensagens de apoio.

29
Abr17

Estou revoltada, é claro que estou revoltada...

C.S.

A culpa é toda, todinha, dos senhores do Calçado Guimarães.

Passo a explicar... A C.S. precisava de sapatinhos novos, não tinha muito dinheiro para gastar, portanto, foi ao Calçado Guimarães, porque eles até costumam ter coisas giras e em conta. A C.S. tem uns pés de merda complicados, sensíveis e é raro conseguir calçado que não lhe faça doer ou faça feridas e feridinhas, bolhas e bolhetas. Enfim...

No Calçado Guimarães cá da zona a C.S. encontrou uns sapatinhos muito giros, confortáveis (como havia recomendado a fisioterapeuta) e não muito caros: 39,99€. Fez-se a compra e lá vem ela feliz da vida.

No dia seguinte a C.S. calça os sapatinhos novos, toda contente, e vai trabalhar encantada da vida. Calma!...estou a exagerar...vou repetir: e vai trabalhar.

Ao fim do dia, volta a casa e pensa "muito bem, bela compra, nada de dores nos pés, nada de bolhas, sim senhora...", mas... Eis que a C.S. vê que o belo do sapatinho do pé direito está a abrir um buraco, abaixo da zona do dedo pequenito.

"O quê? Não pode ser..." - pensa ela. No dia seguinte dirige-se à loja para reclamar.

Todos muito compreensivos, mas não têm formação para avaliar sapatos, estes terão de ser enviados, juntamente com uma reclamação, para peritagem. Oi??? Como é?

A C.S. ficará sem sapatos, sem dinheiro e sem quaisquer garantias de voltar a ver, quer uns, quer outro.

Quanto tempo demora a peritagem? Um mês...mais coisa, menos coisa.

A C.S. nem usou os sapatos 24h e ficou fula da vida. Reclamou, mas veio de mãos a abanar.

Aguardemos.

 

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