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há mar em mim

14
Jan20

Agora sim

C.S.

Tenho tanto para vos contar e tão pouco tempo.

O mundo explode à nossa volta. Em tarefas e contratempos.

Queria libertar-me das amarras, mas elas teimam em prender-me.

Queria poder ter a liberdade para fazer somente o que me apetecer.

Sonho infantil. 

Ilusão amarga.

Cresce que já é hora.

Baixa os braços. Curva-te.

És nossa agora.

Não vais. Não irás.

Que não te deixam. 

Não te iludas. 

Fica. Senta.

Linda menina. 

Agora obedece. 

Faz como te mandam.

Não te sintas vencida.

Não sintas de todo. 

Existe, simplesmente. 

Agora sim. Agora sim estás onde te queremos.

Agora sim, acabaram-se os devaneios.

Agora sim. 

(Imagem aqui)

29
Jan19

Um assunto que me preocupa realmente

C.S.

Quem me visita com regularidade sabe a minha profissão, mas também sabe que eu não falo muito dela. Lá me queixo da instabilidade que lhe é inerente , dos concursos, de uma ou outra conversa tola à hora de almoço, mas pouco mais. 

 

Porquê? Por várias razões, desde o facto de este ser um espaço onde gasto algum (muito?) do meu tempo livre e, como tal, julgo que seja normal que me queira afastar dos assuntos profissionais, por outro lado, tenho bem definida na minha cabeça a ideia de que trabalho com menores e que o que acontece na escola não deve ser exposto, (ao contrário daquilo que muita gente faz, não é verdade? Sim, refiro-me, por exemplo, às fotos de respostas absurdas que os alunos dão nos testes e que volta e meia são colocadas nas redes sociais.). Sou completamente contra esse tipo de exposição, ainda que os alunos não sejam identificados. Acho um ato desses uma grande falta de ética. Mas cada um sabe da sua própria consciência. 

 

Mas esta conversa toda para quê? Para vos dizer que vou abrir uma exceção. Eu dou aulas há cerca de 10 anos e, neste momento, há algo que me assusta verdadeiramente nas escolas. Nada mais, nada menos, que o comportamento dos alunos. (Atenção! Aquilo que vou escrever a seguir prende-se com a minha experiência. Não quero com isto dizer que o mesmo está a acontecer em todas as escolas do país. Até porque em 10 anos eu passei apenas por 12 escolas.)

 

Nestes últimos dez anos tenho verificado que o comportamento dos miúdos, de um modo geral,  se tem alterado neste sentido: têm aumentado os comportamentos de ansiedade, depressão e agressividade e diminuído a capacidade de tolerância, de procurar superar problemas e reagir perante uma dificuldade. Os meninos dizem com extrema facilidade "não sou capaz" e "não sei", mas raramente pronunciam as palavras "vou tentar", "eu ajudo-te" ou "vou conseguir". 

 

O que é isto me demonstra? Que apesar de vivermos numa sociedade onde existe o culto da beleza física, estamos a esquecer de cultivar os egos e isto é preocupante. Estaremos perante uma geração de desistentes, desinteressados e incapazes? Não me parece. Pelo menos recuso-me a acreditar em tal facto. Mas a verdade é que vejo diariamente crianças derrotadas. 

 

Faço muitas vezes uso do reforço positivo, talvez não tantas como deveria, mas é uma preocupação que tenho, porque efetivamente sou levada a crer que muitas das crianças com quem convivo deixaram de ser estimuladas nesse sentido. 

 

Serei eu que tenho andado só por escolas onde este fenómeno é mais visível? Pode ser. Mas a verdade é que as escolas estão cada vez mais heterogéneas, havendo de tudo um pouco. O melhor, o pior e o médio. Por isso, se existe de tudo um pouco, não me parece que seja um problema único e exclusivo da região do país em que trabalho. 

 

E pensam vocês: "Mas, C.S., não há bons alunos? Não há os que ainda demonstram entusiasmo com a aprendizagem?". Há claro que há. Mas a verdade é que são cada vez menos. Cada vez mais raros. 

 

A resolução deste assunto passará apenas pelas escolas? Não me parece... Creio que este problema terá que começar a ser resolvido em casa e até acho que este problema deveria ser assumido, também, pelas entidades governamentais. Mas isso... Isso é tema para outra conversa. 

(Imagem aqui)

E para terminar deixo-vos este link e este

03
Dez18

E o artigo 13 não vai afetar os blogs?

C.S.

Esta é, para mim que tenho um blog, A pergunta que tenho em relação ao assunto do momento. 

 

O artigo 13 vai ou não afetar os blogs? 

 

Deixem-me, em primeiro lugar, dizer-vos que não estou esclarecida a 100% sobre este assunto.

Vi parte do vídeo do Wuant, mas não o consegui ver todo porque não tive paciência. A forma como se expressa, a raiva crescente, o tom alarmista... Foram demasiado para mim. 

Vi também o vídeo da Bumba na Fofinha. E aqui comecei a ter algumas luzes sobre o assunto. Acho que os argumentos que ela usou foram bastante pertinentes e a verdade é que concordo com aquilo que ela diz, já se falou muito sobre o tema, mas há muitas questões que não são claras. 

Depois fui pesquisar mais um pouco e li o artigo do Polígrafo (aconselho a que o leiam). Achei que esclarece muitas dúvidas e deixa-nos com a certeza de que, se o Artigo 13 for para a frente, a internet, tal como a conhecemos, irá mudar a partir de 2019. A mesma linha de pensamento segue-se neste texto da Sic Notícias. 

 

Agora pergunto-me...

Fala-se dos gigantes... YouTube, Google, Instagram... Mas as plataformas de blogs também não serão afetadas se esta lei for para a frente? 

 

Por exemplo, quando escrevo sobre um filme (facto que acontece com alguma frequência por aqui) e decido ilustrar o post com uma foto do mesmo, ainda que identificando o link donde retirei a imagem, estou a violar os direitos de autor? Deixo de poder partilhar essas imagens? 

 

Quando ouço uma nova música que gosto e decido vir aqui partilhá-la, com o intuito de dá-la a conhecer, estou a violar os direitos de autor ou estou a publicitar a música em questão? 

 

Ao partilhar a imagem de uma campanha publicitária de uma marca, (roupa, perfume, etc.), estou a violar os direitos de autor ou a divulgar a marca em questão, simplesmente porque me apetece? 

 

Deixo de poder citar?

 

Tantas questões. 

Mas tenho de esclarecer que, segundo o que li, os grandes afetados são, supostamente, os gigantes a que me referi anteriormente. Como? Pagando uma taxa de cada vez que um conteúdo seja publicado.

Agora digam-me? Vão o Youtube, Google, Intagram... pagar de cada vez que nos apetecer partilhar uma imagem dos Simpsons, de Game of Thrones, do SLB, da D&G, do Jamie Oliver... Ou vão, simplesmente, bloquear todos esses conteúdos para que não os possamos partilhar? 

(Imagem aqui)

 

Sabem o que vos digo? O Casal Mistério que se cuide... Parece que vão ter de repensar o conceito do blog.  

 

 

 

 

 

 

 

20
Out18

As saudades que não tenho do facebook

C.S.

Deixei o facebook no final de 2017. Que bela decisão!

A verdade é que não senti qualquer vontade de lá voltar. Acho que o facebook se tornou tóxico. Continuo convicta de que tomei uma decisão acertada no que concerne a este tema. 

Mas apercebo-me agora que ao estar afastada da rede social que mais promove a má língua também estou afastada dos assuntos que geram polémicas, eu diria mesmo, parvas. Sejam sobre as crianças darem beijinhos ou não, seja sobre uma pessoa que nem chega a ser cantora pimba, a verdade é que estou bem a Leste. E como estou bem!...

Só chego a saber que estes temas estão em discussão, (vá-se lá saber porquê?!), por uma ou outra piada que surge no instagram ou twitter, mas nunca sei verdadeiramente a razão de andarem a agastar metade da população. E não imaginam como é bom não saber das parvoíces incompreensíveis da nossa sociedade... 

Que leveza, senhores, que leveza! 

 

(Imagem aqui)

19
Out18

Corrupção

C.S.

Corrupção (s.f.)

(latim corruptio-onisdeterioraçãoseduçãodepravação)

 

1. Ato ou efeito de corromper ou de se corromper.

2. [Antigo]  Deterioração física de uma substância ou de matéria orgânicapor apodrecimento ou oxidação (ex.: após vários meses no mara corrupção dos mantimentos era inevitável). = DECOMPOSIÇÃO, PUTREFAÇÃOPUTRESCÊNCIA

3. Alteração do estado ou das características originais de algo. = ADULTERAÇÃO

4. Comportamento desonestofraudulento ou ilegal que implica a troca de dinheirovalores ou serviços em proveito próprio (ex.: os suspeitos foram detidos sob alegação de corrupção e desvio de fundos).

5. [Figurado]  Degradação moral (ex.: corrupção de valores). = DEPRAVAÇÃOPERVERSÃO

 
In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, [consultado em 18-10-2018].
 

(Imagem aqui)

Se alguém me perguntasse eu diria que esta é a palavra que tem definido Portugal nos últimos anos. Pode ser uma afirmação injusta? Irrefletida? Pode, sem dúvida. Mas não deixa de ser aquilo que sinto e penso.
Tenho a sensação que 3 em cada 5 notícias, sobre o nosso país, visam este tema e não creio que seja algo dos nossos dias, mas talvez hoje se investigue mais e se tente expor mais os casos que ocorrem. Se assim for, ainda bem. Espero que continuem a fazê-lo. Mas têm de fazê-lo com mais ferocidade e, sobretudo, com mais pulso firme na hora de aplicar sentenças.
 
A corrupção existe. É feita com intenção e, julgo que quase sempre, para satisfazer interesses próprios. 
Quanto a mim, este tema espelha uma sociedade apodrecida, onde não se olha a meios para atingir fins. A corrupção é como uma praga que dizima valores e gente honesta. A corrupção escarnece de quem trabalha e se esforça para pagar as suas contas. Cospe em quem deveria ser reconhecido por mérito. Pisa quem se rege pela verdade e transparência. 
 
Infelizmente, muitos casos que são detetados não têm a devida punição e permite-se que se pague corrupção com penas suspensas e recurso a dinheiro. Dinheiro! Dinheiro que, ironia das ironias, é normalmente o fator que leva as pessoas a corromperem-se. 
 
Anseio pelo dia em que a palavra corrupção comece a ser esquecida e, por fim, caia totalmente em desuso. Quando é que esse dia chegará para Portugal?
 

3096-CHARGE-ACABAR-COM-A-CORRUPÇÃO-27-07-2018.jp

(Imagem aqui)

 
 
15
Out18

A dúvida que persiste

C.S.

Em novembro de 2017 pedi-vos prós e contras sobre um assunto delicado: filhos. Praticamente passou-se um ano e eu estou exatamente na mesma em relação a este tema. E não sou só eu, claro. Eu e o A.

Existem momentos em que eu nem penso no assunto, mas depois lá vem outra vez à memória e as dúvidas são sempre as mesmas. É um assunto sobre o qual gostava tanto de ter uma resposta clara, mas não tenho, longe disso.

Se sou incapaz de dizer que tenho 100% de certeza que não quero ter filhos, sou igualmente incapaz de afirmar que os quero ter e quando quero que isso aconteça. 

Tenho 32 anos. Quer queiramos, quer não a idade neste assunto conta, sobretudo nas mulheres. 

Se eu fosse perguntar à C.S. de 20 anos, sei exatamente qual seria a resposta dela: "claro que sim, claro que vou ter filhos." Então o que mudou?

Eu mudei. 

A forma como vejo o mundo mudou. 

O que sonhava aos 20 transformou-se. 

Apaixonei-me. Casei-me. Amo e sou amada. 

A verdade é que não sentimos a falta de mais ninguém. 

Toda a gente diz que os bebés são lindos, cheirosos, maravilhosos, que trazem alegria sem fim, (e eu concordo com tudo isto). Mas...

Há sempre um mas...

O mas da responsabilidade, do medo que se ganha, das noite mal dormidas, do dinheiro muito mais racionado, dos horários, da falta de tempo para as nossas próprias necessidades, das despesas acrescidas quando se viaja...

Um mas que pode não significar nada quando a criança disser "mamã" ou "papá", mas que para mim ainda pesa muito. Na verdade, ainda é um mas gigante. 

Tenho consciência que estas dúvidas podem nunca desaparecer e que o tempo pode ir passando e eu ficarei à espera de uma resposta que nunca chegará. Mas como se pode dar o passo em frente com estas interrogações e inquietações? 

(Imagem aqui)

 

 

Alguém por aí com as mesmas dúvidas? 

Alguém por aí que tenha 100% de certezas no que toca a este tema?

(Ah!...já agora... É imaginação minha ou a maternidade está na moda no instagram? Tudo o que é blogger está grávido ou tem um bebé. Sonhei?)

 

Tenham uma ótima semana. 

 

26
Jul18

O problema é a interpretação do texto.

C.S.

Sou professora de uma língua estrangeira. Ler e interpretar textos faz parte dos meus dias e do quotidiano dos meus alunos. Nos últimos anos tenho dito e repetido, em diferentes ocasiões, que os alunos interpretam cada vez pior. 

Na língua portuguesa passa-se exatamente a mesma coisa, não se deixem enganar, não acreditem que é um problema que se verifica só ao nível das línguas estrangeiras. 

E de há um tempo para cá estou cada vez mais convencida que este problema não é único e exclusivo das salas de aula. Não é um problemas dos alunos portugueses, mas sim um problema da sociedade. 

 

Vejamos casos concretos...

 

No dia 13 de julho A Pipoca Mais Doce escreve um texto, bem pequenino e inocente, mas com algum sentido de humor, sobre como é ir à praia com miúdos pequenos. Na verdade o texto era uma introdução bem conseguida, na minha modesta opinião, à apresentação/sugestão de algumas toalhas de praia e meia dúzia de fatos de banho. 

E o que aconteceu? Caiu o Carmo e a Trindade, que é como quem diz que choveram comentários a dizer que ela basicamente deve odiar crianças e ainda houve quem questionasse o porquê de ela ter filhos. A sério! Vão lá ver se quiserem confirmar...

 

Passados uns dias, mais concretamente no dia 17, foi a vez da Cocó na Fralda. Esta decidiu escrever um texto pessoal, intimista e verdadeiro, que é, no fim de contas, uma espécie de declaração de amor e balanço do seu casamento feliz que já dura há 20 anos. Esta é, pelo menos, a interpretação que eu faço das suas palavras. 

Mas pode um texto deste carácter dar azo a alguma polémica? Pode, claro que pode! Ou não vivêssemos nós numa sociedade onde as pessoas adoram escudar-se no anonimato da internet e dissertar sobre a vida dos outros. Houve gente a dar a entender que as palavras da blogger perdem sentindo porque tem dinheiro. Ou seja, que se não fosse a sua conta bancária ela não conseguiria ser feliz. (Isto para vos dar uma ideia de forma resumida...)

download.png

(Imagem aqui)

Agora digam-me... Isto é ou não é um problema de interpretação? É que andam todos a ver coisas que não estão lá.

Por uma pessoa brincar com o facto dos miúdos serem chatos e não pararem um minuto sossegados na praia já é um monstro que odeia crianças?

 E alguém que tem uma vida desafogada, (porque trabalhou para isso!), não pode dizer que seria feliz com o seu marido independentemente das circunstâncias? Uma pessoa que até admite, ao longo do seu texto, ter tido sorte na vida?!

 

Desculpem-me, mas eu acho que ou andamos todos a interpretar muito mal, ou andamos todos muito ressabiados com as nossas vidas e, por isso, descontamos nos outros. 

Seja qual for a verdade, acho que é triste. 

27
Fev18

Querem comprar um batom? Lembrem-se disto!

C.S.

Bom dia! Bom dia!

Como estão? Ontem não pude passar por cá, mas hoje aqui me têm. Ahahah...

 

No domingo passado fui à Sephora com o intuito de comprar um creme que necessitava (e comprei), porém também andava com ideia de comprar um batom. E foi nesta visita que descobri a nova gama de batons da Sephora, a #Lipstories. Todos os batons têm um custo de 8,95€, sendo que o n.º 22, um vermelho mate, tem a particularidade de ser um batom solidário, uma vez que o seu valor reverte inteiramente para a Ajuda de Mãe, uma instituição portuguesa que ajuda mães adolescentes. 

P_20180226_233752.jpg

 

A verdade é que um batom vermelho é um objeto icónico e se este ainda tem esta vertente solidária.

Lembrem-se disto quando tiverem que comprar um mimo para vocês ou uma prenda para a mãe, irmã, amiga... 

Porque a verdade é que devemos apoiar boas causa o ano todo, certo? 

P_20180226_233809.jpg

 

P_20180226_233843.jpg

 Como podem ver pelas fotos, eu não saí de lá sem trazer o meu para casa. 

 

01
Fev18

O episódio de ontem de Anatomia de Grey

C.S.

É verdade. Eu ainda sou uma daquelas pessoas que assiste a Anatomia de Grey. É uma série de que gosto tanto, que já me proporcionou tantos momentos bons, que sou incapaz de deixar de ver. Mas na semana passada o episódio foi tão chatinho que disse a mim mesma: "Se isto continuar assim é desta que deixo de ver".

E ontem engoli as minhas próprias palavras. Que belíssimo episódio! 

(Imagem aqui)

Racismo, preconceito e violência doméstica. A Bíblia posta em causa. Ou pelo menos as diferentes interpretações a que pode ser sujeita. 

 

Vale mesmo a pena ver!

 

Relativamente ao racismo e ao preconceito, o episódio de ontem trouxe-nos a questão dos polícias, nos E.U.A. - e não só, terem muito mais pré-conceitos quando estão na presença de uma pessoa negra. E assistimos a diálogos muito bons. A mim tocou-me a conversa que a Dra. Miranda Bailey teve com o filho, pois perante os acontecimentos no hospital, (não vou dizer quais para que não me acusem de ser spoiler), achou que era chegado o momento de transmitir ao filho a postura a adotar caso fosse abordado pela polícia na rua. Vemos a dor nas palavras da mãe e o olhar incrédulo e assustado do miúdo.

Não consegui conter as lágrimas, devo confessar-vos, pois a ideia de que alguém seja descriminado por "ser quem é" é algo que me custa a digerir e mexe comigo. A ideia de descriminar e julgar por traços físicos ou crenças é, para mim, absurda. E, no entanto, ainda é algo que acontece diariamente. 

Eu tenho pele clara, mas tenho o cabelo encaracolado e volumoso. E adoro. E a maioria das pessoas que conheço também me dizem adorar. Mas quando andava no sétimo ano havia uma miúda loira de olhos azuis que todos os dias gozava com o meu cabelo e dava-lhe nomes pouco simpáticos. Também já tive quem me dissesse: "Não te ofendas. Mas tu és descendente de africanos? É que com esse cabelo...". Porque me haveria de ofender? Não ofende nada. Desagrada-me, isso sim, o tom em que é feita a pergunta. A desdenha contida em cada palavra. 

A verdade é que eu não sei se descendo, mas costumo dizer: "certamente que sim". E até gostava de afirmá-lo com certeza. 

A nossa sociedade ainda tem tanto para evoluir. Cabe-nos a nós, a cada dia, todos os dias tentar acelerar o processo. 

11
Jan18

Os Globos de Ouro à hora de almoço

C.S.

Ontem, à hora de almoço, éramos quatro à mesa, eu e mais três colegas minhas, todas mulheres. E eu e uma delas comentávamos, entre garfadas, o discurso feito por Oprah Winfrey nos Golden Globes.

Dizia eu:

- Foi um discurso poderoso, importante e ao qual ninguém deveria ficar indiferente.

- Queria que a minha filha ouvisse e visse com atenção, mas ela não está para aí virada. - responde ela.

- Sim, é um discurso que poderá ser mostrado aos alunos, nas aulas de cidadania, usando-o para debater as questões da igualdade de género. - concluo eu.

E nisto, uma terceira mulher junta-se à conversa:

- Sinceramente, aquilo foi bonito, mas senti pena dos homens. Ela estar ali a dizer que o tempo deles acabou, coitadinhos. 

 

Ia-me saindo alface pelo nariz...

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