Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

há mar em mim

01
Nov22

Isto

C.S.

Um sonho que não se cumpre não é menos importante que um sonho cumprido.

Um sorriso que não é retribuído não deixa de ser um sorriso.

E o que nos queima por dentro não deixa de arder por fingirmos que não existe.

Tal como estas palavras que vos escrevo têm o mesmo valor, quer sejam ficção ou realidade.

E um "que se foda" não tem de ter sempre um alvo.

Ou sim.
Sei lá eu...

20221021_162442.jpg

09
Out22

Este tempo fugaz

C.S.

Vivemos num tempo apressado.
As horas sucedem-se e os dias e os meses e os anos. E nós não paramos.
Às vezes penso que nem nos é dado tempo para pensar. (Desculpem-me a redundância.)
Seguimos modas, pessoas, tendências...
Caímos no erro de querer capturar numa imagem todos os momentos e perdemo-nos nessa ânsia de não querer perder nada. Não paramos. Verdadeiramente. Não nos damos tempo para processar, assimilar e formar as nossas próprias opiniões. Parece-me que nos tornámos todos papagaios.
Há assuntos sobre os quais podíamos demorar um ano, ou muitos mais, a encontrar uma resposta. E mesmo assim não conseguir. E estaria tudo certo. Mas esta época não nos permite. Vivemos na era do fugaz. E mesmo sabendo que tudo se apaga não há tempo para refletir sobre nada disto.

O céu do final de tarde (de ontem).

20221008_191213.jpg

07
Nov20

Eternos insatisfeitos

C.S.

Há pessoas que nascem com um propósito. Gente que vem ao mundo quase com o destino traçado. Gente que cresce e nunca hesita, que sabe exatamente o que responder ao clássico "O que queres ser?". 

E há outros que não. Os que vagueiam. Os que acabam a fazer alguma coisa de que até poderão vir a gostar, mas sem nunca se sentirem completamente realizados. Os que têm dúvidas. Dúvidas sempre. Tem aos 14 e continuam com elas aos 18. Os que estranhamente seguirão com dúvidas pelos 20's adentro. Que chegam aos 30's com esperança de que as dúvidas se acabem, quase a desejar que se resignem. Alguns conseguem-no. 

E os que não? Os que avança pelos 30's com uma inquietação constante. Que em vez de diminuir com o tempo parece que se agiganta. 

Em que se tornarão estes eternos insatisfeitos? 

Algum dia se renderão?

Algum dia admitirás?

 

05
Nov20

Que desordem vagueia por aqui

C.S.

Hoje está um espetacular dia de outono. Faz frio, o céu está carregado e as nuvens movem-se com alguma rapidez ao sabor de um vento que vem do mar. 

É mais um daqueles dias que me faz questionar tudo o que me rodeia, numa série de pensamentos que se apoderam de mim mesmo sem serem convidados. Às vezes sinto que tenho tantas coisas para contar que podia colocá-las por escrito e no final teria um livro. Mas imediatamente oprimo esse pensamento.

"Como se tu fosses alguma vez capaz de escrever um livro."

"Como se o que tens para dizer interessasse a alguém."

"Como se tu tivesses coragem."

"Como se as palavras não te falhassem." 

"Como se..."

Ficamos mais introspetivos com a idade? Merda. Merda! Merdaaaaa! 

"Porque não te contentas em ser apenas aquilo que és e ambicionas a algo que não conseguirás proporcionar-te?"

Estou presa? É isso? Estarei presa a mim própria? Ou só ainda não adquiri confiança suficiente para, pelo menos uma vez, acreditar que sim serei capaz, sozinha, por mim e por mais ninguém?

28
Out20

A melancolia do outono

C.S.

É tão belo o outono e tão melancólico.

Deixa-nos entre o fascínio e o desespero.

Adormece-nos a euforia dos dias mais quentes e torna-nos mais introspetivos.

Adoramo-lo. Mas o frio vai-se agarrando à nossa pele. E as folhas vão caindo e lembrando que nada é para sempre. 

É essencialmente poético e, no entanto, não deixa de ser triste, quando as folhas são só um emaranhado de restos pisados e molhados pela chuva que vai caindo. Como os nossos sentimentos. 

Na nossa cabeça escutamos músicas tristes e antigas, talvez até um crepitar de lenha a arder, na tentativa de encontrar algum conforto. 

A brutalidade do outono atinge-nos sempre, pelo seu esplendor. Pela sua mutação. Pela lembrança de que estamos mais perto de cair também. 

Mas a primavera sempre chega. 

(Imagem aqui)

24
Out20

Será isto uma carta de amor?!

C.S.

Não faço ideia daquilo que aqui venho fazer. Mas hoje senti que o meu corpo me impelia a escrever. 

Há meses que não pego no blog. Desde maio que não há posts novos. Desde julho que não abria sequer esta página. Sinto que nada mudou e, no entanto, tudo está diferente. E hoje os meus dedos queriam pressionar as teclas do computador e é nisso que estou, a satisfazer uma vontade quase física. É possível que sintamos fisicamente a necessidade de escrever? Julgo que sim. 

E sendo sincera convosco, não consigo deixar de sentir-me ridícula. Por voltar aqui. Porque parece que este espaço já não faz qualquer sentido, porque a pessoa que o iniciou já não é a mesma, e ainda bem. Porque na maior parte do tempo sinto que não há nada que eu possa ter a dizer que valha a pena ficar escrito. Mas ainda nunca consegui chegar aqui e apagar esta espécie de diário. Um click e puff! fechado para sempre. Uma memória apenas. Por isso abandono-o aos poucos, deixo-o a ganhar pó. Até que a escrita me traz aqui de novo. A escrita que é quase terapia. A escrita que durante o pior momento da quarentena me salvou, não a digital, a de sempre, de caderno e bic, um diário que mantive só para mim.  Se a escrita fosse um homem eu diria que mantemos uma relação dessas mesmo complicadas, dessas que nos cortam a respiração e nos toldam os sentidos, que não são inteiramente saudáveis, mas às quais não conseguimos resistir. 

Porra! Será isto uma carta de amor às palavras que não consigo escrever?!

(Imagem aqui)

17
Jan20

As primeiras horas de 2020

C.S.

No primeiro dia do ano, a praia estava cheia, apesar do frio. Havia sol também, que servia para disfarçar a loucura de quem insistiu que no primeiro de janeiro havia de tomar o primeiro banho de mar. 

Pairava no ar uma sensação de euforia, resquícios da festa que havia terminado há um par de horas. A manhã ia-se construindo entre risos infantis e gritos de guerra, que ficavam subitamente agudos assim que a pele quente entrava em contacto com os 13° graus a que a água do mar se encontrava.

A contrastar com a ânsia humana, que quer sempre mais e melhor todos os anos, os pardais andavam por ali, na sua liberdade inata e roubavam restos de comida da esplanada sobre o mar. 

PSX_20200117_100601.jpg

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Direitos de Autor

Todos os textos contidos neste blog, regra geral, são da minha autoria e, caso não sejam, serão devidamente identificados. Qualquer reprodução de um texto aqui publicado só poderá ser feita mediante a minha autorização. Para qualquer contacto ou esclarecimento adicional: hamaremmim@gmail.com Obrigada

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D