Segunda-feira
Depois de um fim-de-semana sem sair de casa, em que estive assim:
(Imagem aqui)
Como acham que hoje vou trabalhar? Assim, claro...
(Imagem aqui)
Boa semana! Não se constipem!
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Depois de um fim-de-semana sem sair de casa, em que estive assim:
(Imagem aqui)
Como acham que hoje vou trabalhar? Assim, claro...
(Imagem aqui)
Boa semana! Não se constipem!
Ontem à noite, recebi um sms informativo dedicado a um incêndio que estava ativo na zona centro do país. Mas só hoje, com o avançar do dia, compreendi a dimensão do acontecimento. A trágica dimensão.
O que se pode dizer perante uma tragédia? Que palavras podemos usar que não soem a cliché? Que lamentamos? Que estamos solidários? Que alguém tem de ser responsabilizado? Que os bombeiros são heróis?
(Imagem aqui)
O fogo sempre me assustou. Pela sua violência, pelo cenário de destruição que deixa na sua passagem e pela dor que provoca.
Para mim os bombeiros são o as pessoas mais destemidas que existem, porque conseguem avançar para combater as chamas, sem vacilar, sem pensar no que fica para trás, sem pensar na saída. Sou incapaz de vos explicar o profundo respeito e admiração que sinto perante estas pessoas e, para mim, é totalmente inconcebível que hajam voluntários, numa profissão que deveria estar plenamente consagrada como tal, condignamente remunerada e reconhecida.
Vi há pouco imagens avassaladoras. Do fogo. De impotência. De perplexidade. De desespero. De terror.
Vi um senhor, a rondar os 60 anos, que chorava e dizia que não sabia do filho, que tinha perdido tudo... E um outro, mais velho, a desculpar-se pelas lágrimas, dizendo que perdeu muitos amigos, que um terço da população da sua terra desaparecera...
(Imagem aqui)
Vi imagens de carros fantasmas, que já foram de alguém e que hoje jazem como sepulturas fora de sítio.
E nada disto faz sentido. Estou à espera que digam que este domingo negro não passou de um enorme pesadelo. E espero igualmente que os nossos governantes compreendam a importância de investir dinheiro na proteção civil. Porque a chave não será salvar, será prevenir.
Quando nos faltam as palavras,
trememos,
sentimos um arrepio que nos percorre o corpo todo.
Quando nos faltam as palavras,
ficamos com cara de tolos
e os olhos aterrorizados.
Quando nos faltam as palavras,
aparece um nó na garganta
e um vazio insuportável na cabeça.
Quando nos faltam as palavras,
o medo apodera-se de nós,
consome-nos e ficamos sem saber para onde ir.
Ainda há sítio para onde ir?
Quando as vítimas são crianças que estão num local a concretizar um sonho, (ver um ídolo ao vivo), as palavras faltam sempre!
É verdade. Preciso de vocês. Do vosso apoio, do vosso consolo, basicamente, do vosso ombro amigo.
No último mês e meio têm existido tantas efemérides, tantos motivos de comemoração, tanta quebra na rotina, que eu preciso que me digam como vamos conseguir sobreviver a esta semana completamente normal e desprovida de festividades.
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